O Benfica arrancou um empate, em casa, diante do Vizela (1-1), num jogo em que ficou muito cedo reduzido a dez, por expulsão de Taarabt. Os visitantes adiantaram-se no marcador, já na segunda parte, mas as bancadas da Luz levantaram-se para puxar pela equipa que ainda conseguiu reagir e reduzir os danos a poucos dias da determinante viagem até Amesterdão para o segundo jogo com o Ajax. O Benfica até esteve perto da reviravolta, mas pode ter comprometido esta noite a luta pelo segundo lugar. O jogo acabou com um lance fenomenal de Darwin que acabou o jogo de joelhos a chorar e a Luz de pé a aplaudir.

Os primeiros aplausos da noite foram para Morato, uma das novidades no onze de Nelson Veríssimo, com o jovem central a mostrar uma enorme dose de confiança ao fintar dois adversários na pequena área do Benfica e sair a jogar. No entanto, o lance que marca e condiciona este jogo foi a expulsão de Adel Taarabt, logo aos cinco minutos, depois de uma entrada duríssima sobre Kiki Afonso. Manuel Oliveira começou por mostrar amarelo, mas depois de rever as imagens mudou o verdito para vermelho e o jogo mudou.

O Benfica teve de reagrupar, com Gonçalo Ramos a recuar e Weigl a subir, para reconstruir as linhas de quatro. O Vizela passou a ter mais bola, mas ficou rapidamente claro que a equipa de Álvaro Machado não estava preparada para isso. Os visitantes passavam rapidamente a primeira zona de pressão, onde estava apenas Darwin, mas depois não conseguiam passar as duas linhas de quatro improvisadas pelo Benfica.

Nos minutos seguintes à expulsão de Taarabt o Benfica procurou de imediato uma compensação, pedindo duas vezes penálti em lances na área do Vizela. A verdade é que, mesmo reduzido a dez, era a equipa de Nélson Veríssimo que criava mais oportunidades, quase sempre em transições rápidas, com Grimaldo e Rafa a conseguirem transportar a bola em velocidade para o meio-campo contrário, apanhando muitas vezes o Vizela descompensado. Álvaro Pacheco desesperava junto à linha a ver a sua equipa sem ideias para chegar perto da área de Vlachodimos.

O Benfica perdeu claramente capacidade para pressionar o Vizela, mas recuava para recuperar a bola e depois procurava sair em velocidade e, num desses lances, esteve muito perto de marcar, com Darwin a fugir a toda a gente e a cruzar com perigo. Valeu ao Vizela o corte oportuno de Claudemir. Logo a seguir foi Weigl a ficar perto do golo, com um remate de primeira na sequência de um cruzamento de Grimaldo. O Vizela não conseguia chegar aos últimos trinta metros e, uma das poucas vezes que o conseguiu também esteve perto de marcar, com Sarmiento a obrigar Vlachodimos a aplicar-se.

Até ao intervalo, mais duas oportunidades para o Benfica, primeiro com Valentino Lazaro, muito assobiado pelos adeptos, a arrancar um cruzamento bem medido para a cabeçada de Darwin e uma defesa espetacular de Pedro Silva. Já em tempo de compensação foi Morato que tentou um desvio na sequência de um canto de Grimaldo. A primeira parte acabava sem golos, mas com oportunidades claras para o Benfica.

O golo de Cassiano e a reação das bancadas da Luz

Álvaro Pacheco, obviamente descontente com o rendimento da sua equipa, lançou Marcos Paulo e Nuno Moreira para o segundo tempo e o Vizela entrou bem melhor, a conseguir mais profundidade. O novo avançado, lançado por Cassiano, teve uma oportunidade soberana para abrir o marcador, mas Morato cortou o lance. Logo a seguir Rafa Silva reagiu com uma arrancada impressionante pela zona central, levando tudo à frente, a invadir a área e a abrir na direita para i remate de Darwin para mais uma boa defesa ed Pedro Silva.

O jogo estava bem mais aberto nesta segunda parte, Nuno Moreira teve mais uma oportunidade e lolgo a seguir o Vizela chegou ao golo. Grande lance do ataque do Vizela, com Koufi a descer pela direita e a cruzar para o primeiro poste onde surgiu Cassiano a rematar de primeira para as redes de Vlachodimos.

Um golo que significou uma nova viragem no jogo. O Vizela procurou desde logo baixar o ritmo, com muitos jogadores a caírem no relvado. O tribunal da Luz não gostou e reanimou o Benfica com uma enorme assobiadela. A equipa de Nélson Veríssimo reagiu de dentes cerrados, foi para cima do Vizela com tudo o que tinha, para delírio das bancadas que redobraram o apoio à equipa até ao golo do empate. Meite deu o primeiro sinal com um remate ao poste e, logo a seguir, Henrique Araújo, acabado de entrar, atirou a contar. Um lance que começa com um remate forte de Gonçalo Ramos, Pedro Silva defende para a frente e o jovem avançado só teve de encostar.

A Luz quase que veio abaixo e o Benfica, com moral a atingir os píncaros, continuou a carregar por todos os lados. Rafa ficou a centímetros da reviravolta em mais uma investida, deitando um adversário no relvado antes de atirar para a baliza vazai, mas Koufi recuperou a tempo de sacar a bola antes desta passar a linha fatal. O Vizela mal tinha tempo para respirar, mas o Benfica também perdeu fôlego. Nélson Veríssimo ainda procurou reavivar a chama, lançando Everton para a contenda e, com os adeptos todos de pé, o Benfica procurou a reviravolta de todas as formas feitios, com a Luz em delírio.

O Vizela, nesta altura, limitava-se a defender como podia, com Pedro Silva mais uma vez em plano de destaque. Já em tempo de compensação fez-se um silêncio ensurdecedor para Grimaldo marcar um livre mas passou por cima da barra. Darwin ainda esgotou as últimas energias para uma arrancada fenomenal, percorrendo praticamente todo o campo, para entrar na área, tirar um adversário da frente e rematar à meia volta para mais uma grande defesa de Pedro Silva. O avançado caiu de joelhos e chorou, a Luz voltou a aplaudir de pé.

Um empate que deixa o Benfica a três pontos do Sporting, mas que podem passar a ser seis depois dos leões visitarem Moreira de Cónegos na próxima segunda-feira.