Luís Filipe Vieira assume divergências com Pedro Proença, mas rejeita a ideia de um ataque do Benfica ao presidente da Liga.

«Toda a gente sabe qual a divergência que o Benfica pode ter, que tem a ver com uma carta que foi escrita para o Presidente da República, e que fala em nome do Benfica, sobre jogos em canal aberto, algo impensável para qualquer clube, pois os operadores dão o sangue aos clubes», começou por dizer o líder encarnado, após a Assembleia Geral da Liga.

«Aqui não houve nenhum ataque ao presidente da Liga, acho eu», acrescentou Vieira, antes de comentar o modelo de governação apresentado por Pedro Proença esta segunda-feira.

«Se este modelo novo for aprovado, de certeza que haverá eleições e aparecerão mais candidatos», referiu.

«Acho que o modelo tem de ser melhorado e precisa ser aprovado. Já tem uma visão empresarial. É importante para a própria Liga esta mudança. Este modelo foi criado na altura em que a Liga praticamente não existia, e os três grandes eram os impulsionadores da máquina em termos financeiros», acrescentou.

«O modelo foi criado pelo G15, pelo que ouvi dizer. Pode dizer alguma coisa ao Benfica, mas toda a gente sabe qual o modelo do Benfica, que é reconhecido em termos europeus em termos de gestão e organização. O que digo sobre este modelo é que o conselho de presidentes vai reunir de três em três meses, e acho uma parvoíce. Quando se elege um presidente, ou ele tem autonomia para escolher a sua equipas e as regras, ou então…», referiu ainda Vieira, antes de apontar as virtudes que vê num líder.

«Líder é um homem que todos aceitam como tal. É alguém que sabe agregar, que não divide, que não presta vassalagem a nenhum presidente. Quando é um líder, é um líder. Sou presidente do Benfica há 17 anos. Se os sócios não me vissem como líder, já estava desencaminhado, posto a andar. Não contam só os resultados desportivos», afirmou.

O presidente do Benfica queixou-se ainda de demagogia, a propósito de um alegado interesse em mudar a Liga para a capital: «O Benfica já assumiu que não quer a Liga em Lisboa, e nem entende a existência de uma delegação lá. A federação não tem qualquer delegação no Porto. Temos bons carros, chegamos cá rapidamente. O Benfica não tem nada a ver com isto. A Liga deve estar no Porto, no edifício onde está, até em homenagem a pessoas como o Major Valentim Loureiro.»

Em todo o caso Luís Filipe Vieira perspetiva eleições na Liga, até pelo novo modelo de governação proposto por Proença, mas não revela qualquer apoio. Pelo menos para já.

«A Liga tem um presidente chamado Pedro Proença. Até seria indelicado…uma coisa é dizer que temos divergências. Mas não ando por trás a dizer outras coisas ou a passar recados. Se tivermos eleições, e penso que sim, o Benfica dirá quem apoia. Penso que haverá mais candidatos, e já vieram dois ter comigo a dizer que estavam disponíveis para uma candidatura», concluiu.