Entrevistado pelo «American Soccer Now», o jogador do Boavista, Reggie Cannon, destacou a intensidade da Liga portuguesa.

«É muito tática, mas uma grande percentagem dos jogos é intensidade. É a agressividade com que disputas os lances. É uma guerra, literalmente. Quase todas as semanas alguém da equipa técnica é expulso do banco. A Liga portuguesa é mesmo assim, quer as pessoas admitam ou não. E penso que isso ajuda-me», explica o defesa, integrado nos trabalhos da seleção americana.

Esta opinião é partilhada pelo selecionador, que assistiu recentemente (in loco) ao jogo entre o Boavista e o Paços de Ferreira.

«É uma liga incrivelmente competitiva, especialmente nos jogos entre equipas do meio da tabela. É uma guerra autêntica, e foi bom ver isso. O Reggie abraçou esse lado do jogo. Só na primeira parte foram seis cartões amarelos e podiam ter sido oito. Era um acidente de carro a seguir ao outro», refere Gregg Berhalter.

Cannon diz que o selecionador apreciou o lado guerreiro que viu, e deixa elogios ao trabalho que Petit tem feito no Bessa.

«Desde o primeiro dia que deixou clara a visão do tipo de equipa que queria, a competir em cada treino. Tivemos muita gente, nos últimos anos, que não estava verdadeiramente comprometida. Agora toda a gente está comprometida com a equipa e com o treinador. Não dominamos os jogos. Não ganhas por três ou por quatro aqui, a não ser que sejas FC Porto, Benfica, Sporting ou Braga. O que faz a diferença é a forma como a equipa luta quando algo corre mal, como recupera dos erros», resume.

Lateral direito de raiz, Cannon tem jogado num esquema de três centrais, e embora sinta falta das arrancadas pela linha, diz que está a crescer muito do ponto de vista defensivo.

«Não jogo a lateral desde o último estágio da seleção. É bom ter novas experiências e aprender o jogo de outra perspetiva. Torna-me versátil, ajuda-me a longo prazo. É uma posição que te obriga a ser agressivo, mas também a cobrir o espaço nas costas, algo que estou a desenvolver muito», conclui.