O golo de Jota Silva esteve perto de escrever triunfo para o Vitória, mas o Boavista castigou os vimaranenses com um penálti batido por Tiago Morais, já para lá dos 90 minutos. Um dos duelos com tradição no futebol português deu, por fim, empate, no primeiro jogo da pantera após a saída de Petit e que travou a possível aproximação da equipa de Álvaro Pacheco ao quarteto da frente, em jornada de Sp. Braga-Benfica e Sporting-FC Porto.

É caso para dizer que o resultado espelha, no global, o que foi a primeira parte e também a segunda. O Vitória foi uma equipa mais segura e consistente na primeira parte (eficaz também, marcando aos 30m por Jota) e impediu o Boavista de chegar perto da baliza de Bruno Varela, com competência a defender. Na segunda, o Boavista foi dando indicadores de que podia igualar e fê-lo mesmo, num castigo máximo assinalado por falta de Maga sobre Reisinho (90+4m).

O Vitória mantém o quinto lugar, embora possa ver o Moreirense aproximar-se. O Boavista vai para nove jornadas seguidas sem vencer, mas põe fim a cinco derrotas seguidas. No fim, foi evidente a sensação da equipa que foi orientada neste jogo por Jorge Couto: o empate sabia quase que a vitória, em contraste com os minhotos.

Com alguns momentos quentinhos, já típicos destes duelos entre Boavista e Vitória – Ricardo Mangas, por exemplo, foi vaiado pelos adeptos da casa várias vezes – a primeira parte só teve lances de destaque junto das balizas a partir do 20 minutos: Bruno Lourenço (22m) e Nélson da Luz (23m) obrigaram, respetivamente, Bruno Varela e João Gonçalves a aquecer as luvas.

Logo a seguir, o Vitória cheirou o golo por Borevkovic num lance de insistência na área, cinco minutos antes de concretizar a ameaça: na esquerda, Tiago Silva bateu o livre e Jota desviou ao primeiro poste para o fundo da baliza (30m).

O Boavista procurou responder, sobretudo com algumas bolas longas, ou investidas pelos corredores, mas o Vitória foi controlando bem a profundidade, mantendo a bola longe da sua área. Lá na frente, Butzke e Nélson da Luz (que renderam João Mendes com queixas musculares e André Silva com indisposição, segundo o boletim clínico do Vitória) não tiveram uma noite conseguida e inspirada, mas o meio-campo estava sólido, Jota estava ativo na frente e o lance de bola parada fez a diferença.

Na segunda parte, o Boavista cresceu no ataque e aproveitou duas atrapalhações defensivas para avisar por Agra (47m) e Bozenik (52m), a quem faltou pontaria para o empate.

O Vitória equilibrou, conteve a tentativa de resposta axadrezada, mas a verdade é que não conseguiu chegar com verdadeiro perigo à baliza de João Gonçalves na segunda parte. Do outro lado - e sobretudo coincidindo com a saída por lesão de Tiago Silva (62m) - o Boavista foi tendo mais bola, construiu com mais paciência e também com algumas bolas longas e ia empurrando o Vitória para o seu meio-campo. Aos poucos. E a ameaça crescia: aos 74 minutos, Bruno Varela fez uma enorme defesa aos pés de Bozenik.

Porém, a pantera ainda tinha um último rugido e não deixou o Vitória fazer o que fez ao leão há uma semana. O castigo máximo assinalado em cima do minuto 90 não foi desperdiçado por Tiago Morais, impediu o Vitória de engatar a terceira e chegar-se mais acima e permitiu o regresso aos pontos no Bessa.

A Vitória quase se escreveu com a letra Jota, mas a pantera riscou-a.