Tão fundo!

O Desp. Chaves teve de ir bem ao fundo da alma para somar o primeiro ponto, ao fim de seis jornadas na Liga, e evitar afundar-se ainda mais no último lugar.

Na estreia de Moreno no banco, ele que substituiu José Gomes no início da semana, os flavienses provaram a Lei de Murphy durante 85 minutos.

Tudo o que lhes podia correr mal, correu mesmo.

Senão, vejamos: A equipa jogava mal. Mas mesmo assim, foi quem esteve mais perto de marcar na primeira parte.

Os flavienses tiveram duas oportunidades quase caídas do céu. Mas não deram certo. Bruno Brígido, guarda-redes do Estrela defendeu ambas quase por instinto, uma delas para o poste.

E depois, no único remate enquadrado que o Estrela fez na primeira parte, obviamente, marcou.

Já nos descontos da primeira parte, Léo Jabá e Léo Cordeiro surgiram na área flaviense em dois para um e o segundo dos Léos encostou para o 1-0.

Confirmava-se: tudo o que podia correr mal, corria pessimamente.

E o que dizer da forma como o Estrela chegou ao 2-0?

Bruno Langa, lateral do Chaves foi disputar uma bola a meio do meio-campo com Aloísio. O médio do Estrela estava de costas para a baliza adversária e sem possibilidade de criar perigo. Mas ao chegar à bola em esforço, Langa aliviou-a… para trás. E com isso isolou Ronald que com espaço cruzou para Léo Jabá na área.

Há lá coisa mais Murphyana?

Há, pois! E nem precisamos de sair do mesmo lance.

Com tempo para tudo, Jabá recebeu mal, fez a bola subir e cabeceou para defesa de Hugo Souza. Mas ao fazer a mancha, o guarda-redes do Chaves defendeu com o braço esquerdo contra a perna e a bola fugiu caprichosamente para a linha de golo, onde Jabá confirmou o golo.

Faltavam 20 minutos para os 90. E Moreno nem sabia onde se meter.

Mas até para a Lei de Murphy há limites.

A lei ainda resistiu teimosamente ao cabeceamento de Jô à trave no minuto 82.

Contudo, três minutos depois, foi o Estrela a prová-la. Num lance muito atabalhoado, ao tentar afastar a bola da área do Estrela, Omurwa chutou-a contra Jô. O ressalto foi parar aos pés de Mansur, mas o defesa do Estrela escorregou e deixou a bola à mercê de Héctor, que rematou cruzado para reduzir.

Esse golo foi como uma luz que se acendeu para os homens que estão para lá do Marão. E eles foram com tudo em busca do ponto de luz.

Ponto esse que surgiu aos 90+4. Em mais um lance muito confuso na área do Estrela, a bola sobrou para o pé de Pedro Pinho que rematou forte para espantar a má sorte. Ou a Lei de Murphy.

Aos 90+9, Jô ainda teve no pé direito a hipótese de conquistar três pontos para o Desp. Chaves. Mas assim até ia parecer que estavam a gozar com Murphy.

Assim, fica apenas uma amostra do que pode ser a lei de Murphy à transmontana.

Afinal, tudo o que pode correr mal... também acaba.

Fica o ponto final na história.