* Por Tomás Faustino

Num jogo que começou com 23 minutos de atraso, provocado pelo forte nevoeiro que se apresentava na Choupana, a equipa alvinegra não se mostrou minimamente afetada - quiçá por já estar habituada a este fenómeno da natureza que tantas vezes ocorre nos seus jogos caseiros. Logo no primeiro minuto o placar já poderia ter funcionado, caso Luís Aurélio tivesse chegado atempadamente ao cruzamento de Salvador Agra, da esquerda. A Académica pareceu acusar em demasia a entrada fulgurante do adversário e demorou a encontrar-se, não conseguindo fazer a ligação entre os sectores e dando demasiada bola ao Nacional, que, com o passar dos minutos, ia acentuado o domínio.
 
Não foi por isso de estranhar que o Nacional chegasse ao golo, após uma magnífica jogada individual de Luís Aurélio que, no corredor central, driblou dois adversários e abriu para Salvador Agra na esquerda. O extremo repentista cruzou com conta, peso e medida para Soares, que, solto de marcação, ao segundo poste, só teve que encostar de cabeça para o fundo das redes.

A reação da turma da Briosa apenas se fez sentir nos últimos cinco minutos da primeira parte – e já depois de Salvador Agra ter desperdiçado soberana oportunidade de dilatar a vantagem, após mais uma magnífica arrancada de Luís Aurélio. O empate poderia ter chegado quando Rui Pedro, dentro da área, assistiu Ivanildo na marca de grande penalidade mas o extremo, com tudo para empatar, atirou por cima. Ao intervalo, o resultado traduzia fielmente o que se passava no relvado.

Na etapa regulamentar, a Académica mostrou outra atitude e andou sempre mais perto do golo, o que poderia mesmo ter acontecido aos 52 minutos, depois de o árbitro ter assinalado grande penalidade a castigar rasteira de Salvador Agra sobre Aderlan, num lance em que não foi percetível se houve ou não contacto entre os jogadores. Chamado a bater, Rabiola acertou no poste e a oportunidade perdeu-se.

E foi assim, como diz a tradição, que quem não marcou, sofreu. Soares prendeu bem a bola, de costas para a baliza, e lançou o embalado Luís Aurélio na direita, que cruzou certeiro para uma entrada fulminante de Salvador Agra, de cabeça, fazer o segundo e sentenciar a partida.

Com cerca de meia hora por jogar, assistiu-se a uma Académica ferida, que bem tentou partir para cima do adversário, mas revelou-se sempre curta e frágil de mais para conseguir levar algo da Choupana. A melhor oportunidade neste período foi mesmo do Nacional: passe magnífico de Willyan para Salvador Agra, a rasgar a defensiva contrária, com este último a cruzar para remate de Luís Aurélio à barra. Vitória merecidíssima do Nacional, que só sabe ganhar em casa neste campeonato, e derrota, mais uma, a quarta seguida, a acentuar a depressão que se abate sobre a Académica.