Figura: Josué
Depois de um primeiro tempo mais apagado, o médio portista entrou com a corda toda na etapa complementar, a tempo de resgatar o FC porto daquele que parecia ser um novo desaire e o adeus definitivo e oficial à Champions. Com dois remates de fora da área pôs as mãos de Eduardo em chamas. Sem Quaresma em campo o médio tentou a «trivela» característica do extremo obrigando Eduardo a defesa apertada meias com o relvado: primeiro aviso. Depois tentou à lei da bomba fazer em força aquilo que não consegui em jeito: segundo aviso sem sucesso. Sem conseguir pelo seu próprio pé descobriu Carlos Eduardo e Quintero fazendo as assistências para os dois golos azuis e brancos nos últimos cinco minutos do encontro.

Momento: Josué descobre Carlos Eduardo (minuto 84’)
Igualdade no marcador, encontro que nem ata nem desata e empate a pairar nos escombros da Pedreira. O regressado Rafa tentou desatar o nó e roubou a bola a Abdoulaye em zona proibida, mas não teve discernimento para bater o guardião do Porto. Ainda havia mais uma dose de talento de Josué para servir. Trabalhou bem na esquerda, rodopiou pelos adversários antes de se enquadrar com o ângulo perfeito para servir Carlos Eduardo. O médio portista, até então apagado, teve na cabeça a oportunidade de assinalar os três pontos e segurar os dragões na matemática que ainda mete a contabilidade da Liga dos Campeões.

Negativo: ataque Sp. Braga
Essencialmente Erick Moreno e Erivaldo pareceram nunca se encontrar, quer em espaço quer em ideias. Muito distantes e desenquadrados foram presas fáceis para a «remendada» defesa dos dragões. Nem um remate registado pelo Sp. Braga nos primeiros quarenta e cinco minutos, espelha bem a inoperância do ataque montado por Jorge Paixão. Ataque que não contou com a sua principal referência, Rusescu, que nem sequer viu o seu nome figurar na ficha de jogo. Erick Moreno acabou por marcar no único remate que fez à baliza correspondendo da melhor forma ao cruzamento de Pardo.

OUTROS DESTAQUES:

Pardo: tentou dar expressão ao setor mais adiantado do Sp. Braga, mas sem grande sucesso. Sozinho contra o mundo tentou em rasgos individuais aquilo que o conjunto não era capaz de fazer, ou seja, importunar as redes à guarda de Fabiano. Foi do seu pé direito que saiu a primeira intenção de dar réplica ao FC Porto naquele que foi o primeiro remate arsenalista à baliza contrária; apenas no primeiro minuto do segundo tempo. Arrancada fulminante no lance do golo arsenalista, seguida de um cruzamento venenoso para a área portista.

Victor Garcia: estreia sem falhas no principal escalão do futebol português. Depois de 38 jogos na equipa B dos azuis e brancos e uma primeira aparição na equipa principal em jogo da Taça de Portugal, o defesa direito venezuelano de 19 anos mereceu a confiança de Luís Castro. Dois cruzamentos a pedir outra finalização a Jackson Martinez e a Carlos Eduardo até poderia ter valido uma estreia mais auspiciosa não fosse o desacerto dos companheiros.

Éder e Rafa: receberam os primeiros aplausos no período de intervalo quando despiram o fato de treino e partiram para o aquecimento. Roubaram depois os maiores aplausos da noite aos 12807 espectadores presentes nas bancadas do Axa quando entraram no decorrer do segundo tempo. Ajudaram a transfigurar o Sp. Braga do segundo tempo, Rafa com as habituais cavalgadas, Éder a obrigar Fabiano a fazer a defesa da noite aos 77 minutos. Recorde-se que Éder esteve ausente dos relvados quatro meses depois de ter sido sujeito a uma intervenção cirúrgica, Rafa não jogava no Sp. Braga há mês e meio. Regressos saudados em Braga de dois reforços de peso para o jogo da meia-final da Taça de Portugal.

Varela: o principal motor no Porto dominador do primeiro tempo. Abriu o ativo num golo de pura classe em que desfeiteou o guarda-redes Eduardo com um chapéu pleno de oportunidade. Antes disso, mas em posição irregular, já havia feito a bola passar por entre as penas do internacional português. Saíu no decorrer do segundo tempo, poupança clara de Luís Castro para o jogo da próxima quarta-feira a contar para a Taça de Portugal.