Quatro jornadas se passaram, o campeonato vai agora parar duas semanas, mas já há uma certeza de verão: este Boavista está feito um Boavistão.

Com a vitória desta tarde em casa do Estoril, a equipa de Petit somou dez pontos, dos 12 que já se disputaram. Já bateu o Benfica e o Portimonense, além do Estoril, e apenas empatou com o Casa Pia, em casa.

Nada mau.

E nada má foi a exibição da Pantera Negra, aliás, nunca podia ser má, caso contrário nunca teria conseguido triunfar em casa deste Estoril de Álvaro Pacheco.

«Muito inteligente e pragmático», análise certeira

Pacheco, aliás, havia apelidado o adversário, na véspera do encontro, de «muito inteligente e pragmático». E a análise foi boa.

O Boavista entrou praticamente a vencer. Aos quatro minutos, Salvador Agra descobriu Pedro Malheiro – um dos melhores – à entrada da área e o lateral-direito inaugurou o marcador com um belo.

O FILME E A FICHA DO JOGO.

Petit já conseguiu afastar-se, e de forma justa, do rótulo de treinador defensivo, mas a verdade é que o golo cedo deixou o Boavista mais confortável no jogo. Os axadrezados não se negaram a ter bola, mas baixaram linhas e foram aproveitando o embalo ofensivo do Estoril para criarem perigo no contra-ataque.

Foi assim, aliás, que Tiago Morais esteve perto, por duas vezes, de poder fazer o 2-0: só a pobre capacidade de decisão do extremo nessas duas situações não levou maior perigo à baliza de Dani Figueira.

No entretanto, como referido, a formação da casa foi tentando reentrar na partida. Holsgrove atirou ao poste de meia-distância e Alejandro Marqués também ameaçou João Gonçalves. Aqueceu aí o avançado venezuelano, que aos 35 minutos traduziu a resposta estorilista no empate.

Só que do outro lado, Tiago Morais também estava a aquecer, e não tardou muito em responder: novamente com espaço na esquerda, e depois de um grande lance individual, fez o 2-1 aos 41 minutos.

Não perdoa, este Boavista.

O «forcing» de Pacheco, insuficiente

O Estoril, esse, voltou à estaca zero.

Na segunda parte, os minutos foram passando. Álvaro Pacheco foi tentando de tudo para resgatar pelo menos um ponto. O Estoril subiu linhas, mais avançados entraram para o retângulo verde, mas não pode dizer-se que isso se tenha traduzido propriamente num grande caudal ofensivo.

Ou melhor: o conjunto da Linha até tomou conta do encontro e jogou muitas vezes nos últimos 30 metros do campo. Mas João Gonçalves não foi obrigado a grandes trabalhos. Até porque também houve alguma falta de eficácia.

Rodrigo Gomes, já como lateral-direito, atirou à barra com alguma infelicidade. Nos descontos, Cassiano também ficou a centímetros de festejar, tal como Mateus Fernandes.

No Boavista, imperou a tal inteligência e o tal pragmatismo. A Pantera nunca tirou os olhos da baliza de Dani Figueira e obrigou o guardião a duas defesas apertadas. Cá atrás, foi competente o suficiente para segurar os três pontos.

A Liga volta daqui a duas semanas, já perto do final do verão, e o Boavista continuará a ser uma das melhores equipas deste início de época. Não sabemos o futuro, mas para já, temos aqui um Boavistão – e líder à condição.