O Vizela foi ao Estoril arrancar três preciosos pontos, com uma vitória por 2-1, num jogo entre duas equipas extremamente bem organizadas, mas com os visitantes a saberem explorar melhor os evidentes erros do adversário. Kiko Bondoso bisou e deixou os mais de trezentos adeptos que foram à Amoreira em delírio.

Antes de irmos ao retângulo do jogo, começamos pelo que estava à volta, um grande ambiente no António Coimbra da Mota. Os adeptos do Estoril aderiram a uma promoção do clube e apresentaram-se em força na bancada central, reforçada ainda com a presença dos miúdos da formação. Do lado contrário, o Vizela também contou com um forte apoio de mais de três centenas de adeptos que viajaram para o Estoril em quatro autocarros alugados pelo clube, também a preços acessíveis. Uma boa moldura humana para um espetáculo que acabou por condizer.

Agora sim, vamos em embate entre duas equipas extremamente bem organizadas pelos respetivos treinadores. Duas equipas que foram afinando os respetivos onzes ao longo da temporada e que chegam a esta fase determinante da época, de certa forma, numa posição confortável na classificação e com um jogo já bem solidificado e estabilizado. Duas formações que apostam essencialmente numa boa organização defensiva, para depois aguardar por um erro do adversário para ganhar vantagem.

O início do jogo foi, portanto, aborrecido, o Estoril e o Vizela a privilegiarem a posse de bola, sem procurar velocidade, nem correr riscos. O Vizela a jogar mãos de pé para pé, o Estoril a procurar explorar os passes longos para as costas da defesa contrária. A primeira grande oportunidade foi para os canarinhos com Gamboa a cruzar para a cabeçada de Leonardo Ruiz, para grande defesa de Pedro Silva junto à barra. Mas a verdade é que o Vizela estava a fechar muito bem os caminhos para a sua baliza e, com uma pressão cada vez mais alta, e empurrando a equipa de Bruno Pinheiro para mais longe da sua baliza.

Uma pressão crescente até ao golo que contou com uma infeliz intervenção de Dani Figueira. Na sequência de um pontapé de canto da direita, Kiko Bondoso rematou rasteiro à entrada da área, o guarda-redes do Estoril ainda chegou à bola, empurrou-a contra o poste, mas esta acabou por passar a linha fatal. Estava aberto o marcador e o jogo tinha forçosamente de mudar. O Estoril procurou desde logo acelerar o jogo, mas voltou a chocar com a bem organizada defesa do Vizela, chegando muitas vezes ao meio-campo contrário, para depois recuar.

Os canarinhos bem tentavam imprimir mais velocidade aio jogo, mas, sem espaços no último terço, continuavam sistematicamente a travar e a recuar. O Vizela controlava muito bem, mas acabou por ser traído por excesso de confiança. Na marcação de um pontapé de canto, a equipa de Álvaro Pacheco subiu em bloco para a área contrária, deixando apenas Rashid mais recuado. O Estoril recuperou rapidamente a bola e saiu finalmente disparado para uma transição em alta velocidade, com Joãozinho a destacar-se sobre a esquerda e a cruzar para o coração da área. André Franco, na primeira vaga, atirou ao poste, e, na segunda, Leonardo Ruiz atirou a contar. Estava feito o empate.

O Estoril procurou aproveitar o embalo, mas, até ao intervalo, a melhor oportunidade foi do Vizela, com Nuno Moreira a cruzar da esquerda para um desvio de Cassiano, junto ao primeiro poste, que, por muito pouco, não entrou.

Brinde de Rosier e Bondoso bisou no jogo

Logo a abrir a segunda parte, Bruno Pinheiro abdicou do autor do golo para lançar Rui Fonte, de máscara, para a contenda, supostamente, à procura de maior mobilidade na frente de ataque e a verdade é que os canarinhos conseguiram fixar o jogo em terrenos bem mais adiantados, conquistando cantos atrás de cantos logo a abrir a etapa complementar. Em sentido contrário, o Vizela estava bem mais recuado e com dificuldades em sair a jogar.

Desta vez foi o Estoril a pagar caro pelo excesso de confiança. Depois de ter usufruído de uma elevada posse de bola e de uma série de oportunidades para virar o resultado, acabou por cometer um erro crasso, com Rosier, acabado de entrar, a isolar Kiko Bondoso quando procurava atrasar para Dani Figueira. O avançado do Vizela agradeceu e acabou por bisar no jogo para delírio dos adeptos visitantes. Mais uma vez os canarinhos tinham de ir atrás do prejuízo, agora numa altura determinante, em que os treinadores começavam a promover alterações.

Faltava quase meia-hora para o final, mas o tempo útil de jogo, nestes últimos instantes, foi muito reduzido. O Estoril ainda procurou um jogo mais direto, mas o jogo dilui-se entre as substituições, protestos, faltas e entradas das equipas médicas. O Estoril ainda reclamou por um alegado penálti de Ofori sobre André Franco, em tempo de compensação, mas nada foi assinalado e o Vizela levou mesmo os três preciosos pontos para casa.