Bastava um ponto para confirmar a permanência, mas o Gil Vicente não esteve por meias medidas e derrotou o Boavista por 3-1, na abertura da 32.ª jornada. O galo tem, por isso, poleiro reservado na Liga 2023/24.

O resultado não espelha totalmente o que foi o jogo, diga-se. Os axadrezados venderam bem cara a derrota e com um pouco mais de eficácia, podiam ter saído de Barcelos com outro resultado. De resto, a entrada da pantera foi fortíssima e assustou o adversário em três ocasiões. Na melhor de todas, protagonizada por Abascal, Andrew brilhou e evitou o 1-0.

Paulatinamente, o Gil Vicente conseguiu entrar no jogo e desenhou um par de jogadas perigosas. Porém, nem Fujimoto, nem Navarro e muito menos Bilel foram capazes de bater Bracali.  

O jogo estava interessante, havia espaço para jogar e remates perigosos junto das duas balizas. O Boavista tinha espaço para explorar a velocidade de Gorré e Mangas, embora tenha pecado quase de forma sistemática na definição, especialmente na primeira parte.

Por sua vez, o Gil Vicente procurava viajar junto no campo até à área contrária – o golo foi uma antítese da forma como os homens de Daniel Sousa tentaram atacar. Após uma recuperação alta, Tiba encontrou Fujimoto e o nipónico serviu Navarro para um golo fácil – à segunda oportunidade, o espanhol não desperdiçou.

O Boavista acabou a primeira parte com um pontapé de Gorré à malha lateral. O internacional por Curaçau deu o mote para o que se haveria de seguir no segundo tempo. Os primeiros minutos da etapa complementar foram frenéticos: Navarro falhou na cara de Bracali e na resposta, Mangas acertou no poste. Aos 55 minutos, os axadrezados chegaram mesmo à igualdade por Seba Pérez.

O Gil sentiu o golpe e por pouco não viu o adversário alcançar a reviravolta. Não faltaram, de resto, ocasiões. Foram duas ocasiões, mas nem Makouta nem Gorré conseguiram acertar no alvo em excelentes posições.

(pausa para respirar dos 15 minutos loucos)

Quem não marca sofre, não é? O Gil Vicente voltou a saltar para a frente do marcador num lance que gerou muitas queixas do Boavista. Gabriel Pereira recuperou sobre Seba Pérez que ficou estendido no relvado, o jogo prosseguiu e Murilo serviu Navarro para o bis. Ato contínuo, três jogadores axadrezados viram amarelos por protestos (inclusive Agra que estava a aquecer) e Petit foi expulso.

O Boavista jamais se encontrou, embora ainda tenha conseguido ficar perto do 3-2 não fosse Andrew ter evitado o golo de Yusupha.  O Gil aplicou o golpe de misericórdia por Murilo, de penálti, à entrada para os cinco minutos finais.

Justo ou injusto, o Gil Vicente ganhou, assegurou a permanência e atrasou a pantera na luta por um lugar na metade superior da tabela.