O Benfica pôs pausa na retoma exibicional durante 90 minutos, mas não na de resultados: na receção ao Marítimo, os encarnados somaram a quinta vitória consecutiva na Liga, ao triunfarem por 1-0.

No regresso após a pausa para os compromissos das seleções, a equipa de Jorge Jesus não foi tão convincente como costuma ser – e como o técnico com certeza desejaria –, mas convenceram o suficiente para voltarem a encurtar a distância para o FC Porto para três pontos.

Jesus desfez o sistema de três centrais que tinha apresentado em Braga – com grande sucesso, diga-se –, e o experiente Vertonghen deu lugar a Everton Cebolinha. Mas a fórmula não se mostrou tão eficaz como a anterior.

Curiosamente o Marítimo, naquele que foi o terceiro jogo de Julio Velázquez no comando do conjunto madeirense, apresentou-se em campo com três centrais, e conseguiu dificultar a tarefa das águias.

Mas, pausa na conversa: apesar de todas estas avaliações, a vitória do Benfica é incontestável e inteiramente justa. Só que é mais cinzenta em relação ao que a Luz tinha vivido nos últimos jogos.

Seferovic andou sempre longe do jogo, Everton Cebolinha pouco ou nada acrescentou, Rafa também foi mais tímido do que habitual, e até Weigl, normalmente um poço de fiabilidade, apresentou-se uns furos abaixo do que o que sabe.

Luca Waldschmidt e Adel Taarabt, este último aqui e ali de forma mais trapalhona, foram os mais esclarecidos. Lá atrás, Lucas e Otamendi só permitiram uma gracinha ao Marítimo, prontamente resolvida por Helton Leite.

Foi Waldschmidt, de resto, que fez o único golo do jogo, num penálti exemplarmente cobrado, a castigar uma falta de Hermes sobre Rafa aos 20 minutos.

Fantasmas do passado voltaram a assombrar a Luz, mas não o suficiente para impedir os três pontos encarnados 

Esse golo teve o condão de tranquilizar a equipa encarnada, mas não o suficiente para os pupilos de Jesus partirem para uma exibição com outro brilho.

Amir foi sempre recebendo ameaças – Seferovic, por duas vezes, Otamendi e Chiquinho tiveram oportunidade soberanas para ampliarem a vantagem –, mas alguma ineficácia e o guarda-redes maritimista evitaram esse 2-0. E o Marítimo acreditou.

A meio da segunda parte, Helton Leite negou o golo a Winck com uma enorme defesa, e nos descontos Jorge Correa deixou Julio Velázquez e companhia com as mãos na cabeça.

A vitória do Benfica é justa, repetimos, mas a Luz voltou esta tarde/noite a ser assombrada por alguns fantasmas do passado. Felizmente para as águias, a pausa só foi feita na qualidade exibicional. E para a semana há mais, em casa do sensacional Paços de Ferreira.

Para o Marítimo, este desaire significa mais uma jornada passada em lugares de descida. Velázquez prometeu a permanência, mas a margem de manobra começa a diminuir.