À quarta jornada, o primeiro empate para ambos. Num jogo bom jogo de futebol, Boavista e Vizela não foram além de uma igualdade a uma bola esta tarde em Paços de Ferreira.

Os 1243 espectadores que se deslocaram casa emprestada dos minhotos bem podem dar por bem empregue a viagem, a amostragem dos respetivos certificados e o distanciamento social.

Esta tarde, houve futebol na Mata Real!

Muitas oportunidades, incerteza no marcador e duas formas bem distintas de encarar o jogo.

Se Álvaro Pacheco quis dominar mais a partida, João Pedro Sousa mostrou paciência para explorar as debilidades de uma equipa recém-promovida.

O Boavista apresentou-se com três centrais, com Javi García numa nova função junto a Chidozie e Ilori, numa dinâmica que depende em boa parte da disponibilidade dos laterais: Nathan e Hamache atacam e defendem ao longo de todo o flanco. Ora fecham lá atrás, ora no momento seguinte surgem junto à área contrária a fazerem um cruzamento com perigo.

Também por esse fator, o jogo da equipa axadrezada torna-se mais expectante.

Num 4-2-3-1, com Schettine à frente de Kiko Bondoso, Samu e Nuno Moreira, o Vizela teve mais iniciativa de jogo no primeiro tempo. Desde logo, mais remates (7-4) e mais cantos (5-2), mas quem desperdiçou a melhor oportunidade foi o Boavista: Hamache cruzou rasteiro da esquerda e Makouta surgiu na pequena área a atirar por cima aos 35m.

A pantera espera até atacar pela certa. Um golpe pode ser mortífero. E assim foi já na segunda parte, quando Gustavo Sauer cheio de garra conquistou uma bola a Kiki junto à linha lateral, entrou na área, encheu o pé esquerdo e disparou de raiva para um golaço.

No entanto, pantera mostra garra e killer instinct, do lado contrário o Vizela tinha as suas armas. Os minhotos continuaram a rondar a baliza do Boavista e até estiveram perto do golo por duas vezes por Nuno Moreira. Até que apareceu Koffi Kouao… à bomba!

O lateral costa-marfinense estava em bom plano em missões defensivas, mas quando subiu no terreno deslumbrou: aos 74m, driblou um adversário na direita, fletiu para o meio e disparou um petardo para a baliza do Boavista. Golaço! E justiça reposta no marcador.

De tanto insistir e pelo domínio em largos períodos, respaldado pelos números (14-5 em remates, 11-2 em cantos), o Vizela não merecia sair derrotado esta tarde da sua casa emprestada na Mata Real. Já o Boavista fez os possíveis para manter o élan de um bom arranque depois de uma partida em falso (3-0 na 1.ª jornada frente ao Gil Vicente): tem sete pontos à 4.ª jornada (mais três do que o Vizela). A título comparativo, à mesma altura na época passada, a equipa do Bessa tinha apenas dois.