O Sporting não liderava com quatro pontos de avanço, ou mais, desde o início do século: a última vez que conseguiu uma vantagem assim tão confortável foi em 2001/02.
 
Numa temporada em que foi campeão, sob a orientação de Lazslo Boloni e com uma equipa onde brilhavam Jardel, João Pinto, Pedro Barbosa, Niculae, Sá Pinto ou Paulo Bento, o Sporting chegou então ao fim da época com cinco pontos de avanço.
 
Nessa altura o segundo lugar pertenceu ao Boavista, de Jaime Pacheco, que era o campeão em título. O FC Porto terminou a sete pontos e o Benfica a doze pontos de distância.
 
Desde então, e até à chegada de Jorge Jesus, a liderança mais confortável do Sporting aconteceu há dois anos, com Leonardo Jardim, quando à 12ª jornada teve dois pontos de avanço na frente: o Benfica empatou em casa com o Arouca e descolou da liderança.
 
O que Jorge Jesus conseguiu com a goleada no Bonfim, e beneficiando do empate do FC Porto em casa com o Rio Ave, foi quase histórico: há mais de dez anos que a formação leonina não conseguia estabelecer-se no primeiro lugar com tamanha autoridade.
 
Refira-se já agora que a última vez que o Sporting marcou seis golos fora de casa, como aconteceu nesta quarta-feira, foi também com Boloni: em 2001/02 a equipa leonina foi vencer a Paços de Ferreira também por 6-0. Desde então, e nos jogos do campeonato, o melhor que fez foi marcar quatro golos fora de casa.
 
Já agora é preciso dizer que no caso de Jorge Jesus uma vantagem de quatro pontos não garante o título: por duas vezes o treinador já conseguiu esta distância para o segundo lugar e acabou por perder o título nas jornadas finais.
 
Aconteceu no Benfica, claro, quando em 2011/12 teve uma vantagem de cinco pontos nas 17ª e 18ª jornadas, perdeu em Guimarães, empatou em Coimbra, perdeu com o FC Porto e caiu para o segundo lugar.
 
Um ano depois, o Benfica voltou a liderar confortavelmente, com quatro pontos. Aconteceu entre a jornada 23 e 27, mas um empate em casa com o Estoril e a derrota no Porto, na célebre vitória de Kelvin, e acabou por perder o primeiro lugar.