O Nacional foi a Alvalade retirar o sorriso ao leão e obrigou o Sporting a mostrar os dentes para recuperar de uma desvantagem de dois golos. Um grande jogo de futebol com os madeirenses a apresentarem-se com a lição estudada, a desmontarem a habitual estratégia implementada pelo treinador holandês e a silenciaram as bancadas ao longo de quase meia-hora. O leão começou a recuperação ainda no final da primeira parte e consumou a reviravolta já na segunda com um grande golo de Mathieu. Depois ainda deu para chegar à mão cheia de golos, mas a verdade é que o leão não tinha sofrido tanto como sofreu esta noite desde a chegada do novo treinador. Uma noite em cheio para quem esteve esta noite em Alvalade.

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Uma arrancada de Camacho pela direita a culminar com um remate puxado junto ao primeiro poste logo a abrir o jogo serviu de aviso a letras gordas que o Sporting não levou muito a sério. Tal como nos últimos jogos, o Sporting procurou impor-se com um bloco bem subido no terreno, mas Costinha estudou bem a lição e vacinou a sua equipa com um antídoto à ousadia que Keizer implementou em Alvalade. Os madeirenses quando perdiam a bola recuavam com cinco jogadores, mas deixavam outros cinco a bloquear a saída dos leões que sentiam muitas dificuldades em sair a jogar. A primeira meia-hora foi um autêntico pesadelo para a equipa da casa que, pressionada, falhava muitos passes na saída de jogo e era constantemente surpreendida com a resposta rápida do Nacional que, num ápice, colocava muita gente na área de Renan.

Sempre que o Nacional recuperava a bola, a defesa leonina, quase sempre em contra-pé, tremia por todos os lados, principalmente na direita, com Jefferson sempre atrasado na marcação a Camacho. Mas também pela esquerda onde Witi entrava de rompante nas costas de Bruno Gaspar. Em dois tempos, o Sporting estava a perder por 0-2, Logo aos sete minutos, Kalindi ganhou ma bola a Diaby foi por ali fora, serviu Witi, com os defesas leoninos ainda à procura das respetivas posições, e abriu um pouco mais para a direita para o remate fulminante de Camacho.

O Sporting procurou reagir de pronto, subindo ainda mais no terreno, deixando nas suas costas uma autêntica autoestrada que o Nacional continuou a percorrer, sem via verde, com total disponibilidade para a acelerar. O jogo estava totalmente aberto, com o Sporting a evidenciar as mesmas dificuldades em sair a jogar, com um Mathieu muito desastrado, perante o primeiro tampão do Nacional, e acabou mesmo por consentir um segundo golo. Passe longo para Camacho descer pela direita, abertura para Jota que entrou na área e cruzou tenso para a entrada de Palocevic que marca de cabeça. A bola ainda foi à barra antes de entrar.

Um autêntico pesadelo para o Sporting que, nesta altura, parecia amarado de mãos e pés. No entanto, uma falta de Palocevic sobre Bas Dost em plena área, abriu caminho para uma espetacular rrecuperação. Bas Dost, desde a marca dos onze metros, marcou o sexto golo consecutivo em outros tantos jogos e deixou em aberto a esperança para a a segunda parte.

Reviravolta na mira de Mathieu

Bruno César, que supostamente deveria ter feito o papel de Wendel, foi um verdadeiro erro de casting e já não voltou para a segunda parte, cedendo o lugar ao jovem Miguel Luís. O leão procurou entrar mais agressivo, mas continuava a deixar muito espaço nas suas costas perante um Nacional que continuava à espreita de novas oportunidades, como a de Camacho, depois de mais um erro de Mathieu. Felipe Lopes também ameaçou com uma cabeçada, na sequência de um livre, mas os madeirenses acabaram por provar do mesmo veneno que levaram para Alvalade. Recuperação de Diaby e bola longa para Bas Dost que, no limite do fora de jogo, encarou Daniel e serviu Bruno Fernandes de bandeja para o empate.

Ainda com Alvalade em festa, Mathieu consumou a reviravolta na sequência de um livre marcado de forma magistral: ainda bem longe da baliza, o francês apontou a mira e depois disparou em arco, fazendo a bola entrar ao angulo. Alvalade voltava a explodir em festa. O Sporting estava pela primeira vez na frente do marcador, mas ainda havia mais.

O Nacional nunca mudou a forma de jogar, mas acabou por acusar o desgaste. Os madeirenses não estão habituados a jogar a este nível, com esta intensidade e acabaram por quebrar. O leão rugia agora em todo o terreno e, até ao final do jogo ainda deu para dar ao resultado contornos de goelada, com mais uma grande penalidade convertida por Bas Dost [sétimo golo nos últimos seis jogos] e para mais um golo de raiva de Bruno Fernandes a fixar o resultado final em 5-2.