A FIGURA: Jonas «bisa», assiste e dá prenda a Rui Vitória
Dois golos e uma assistência. É o único jogador do Benfica que faz algo diferente em relação ao plano teórico de jogo, caindo nas alas para tentar desiquilibrar trocando com o extremo, mas esse movimento feito durante 90 minutos também perde eficácia. Marcou a abrir e lá foi tentando acrescentar algo com a sua qualidade e visão de jogo, mas na primeira parte não conseguiu muito mais. Na segunda parte atirou de longe para boa defesa de Cássio e no último quarto de hora foi decisivo. Bisou aos 81 minutos de cabeça e dois minutos depois isolou Jiménez que marcou o terceiro. Em cima dos 90, voltou a assistir para o mexicano mas o árbitro anulou por fora de jogo. Mais um brilharete dele na Luz, evitando que o Benfica passasse o Natal ainda mais longe dos concorrentes.

O MOMENTO: Jonas bisa e «cala» os assobios
O jogo entrava empatado para os últimos 10 minutos e não se vislumbrava algo diferente até final, até que Carcela faz um cruzamento perfeito para a cabeça de Jonas, que solto de marcação desviou para o fundo das redes. Nesta altura já Jardel andava lá em cima para confundir as marcações e aproveitar bolas bombeadas. A partir daqui os assobios, que se ouviram em grande parte da segunda parte, acabaram.

OUTROS DESTAQUES:

Pizzi
Tem sido dos melhores do Benfica, mas hoje fez um jogo fraco. Os colegas não ajudam, é certo, contudo o internacional português errou muitos passes, perdeu bolas simples e hesitou duas ou três vezes na hora de rematar, perdendo a oportunidade. Mesmo a bater as bolas paradas esteve abaixo do que consegue, sobretudo nos cantos. Destaque apenas para o passe de calcanhar na jogada do golo de Jonas. No segundo tempo atirou para as nuvens em posição privilegiada e aos 90 minutos acertou na barra.

Renato Sanches
Incansável, mas não pode ser só ele a tentar jogar e a acrescentar algo diferente. Várias vezes levantou os braços a pedir mais apoio, mais movimentações mas ninguém ouvir os seus pedidos. Rematou várias vezes e aos 76 minutos quase marcou mesmo, numa bola que passou muito perto do poste direito de Cássio. Um dos poucos a merecer nota positiva.

Lisandro
Continua a ser um dos melhores do Benfica. É difícil de ultrapassar pelo ar, é forte a dobrar os colegas e «matou» vários ataques dos vilacondenses. Tentou ajudar no processo ofensivo, saindo a jogar com a bola, mas, hoje, precipitou-se demasiado e não conseguiu desiquilibrar. Mesmo assim, nota positiva.

Samaris
Muito coração, pouca racionalidade. Muito lento a decidir o que fazer com a bola, vários passes errados, mas a verdade é que o grego quase nunca teve linhas de passe, já que os homens da frente do Benfica estiveram sempre muito estáticos. Sempre que tentou individualmente deu-se mal. Levou um amarelo aos oito minutos e perto do intervalo o banco do Rio Ave pediu nova admoestação. Arriscou e já não voltou para o segundo tempo.

Carcela
O marroquino entrou aos 59 minutos e foi o único capaz de agitar com o jogo encarnado. Deu alguma profundidade, assumiu no um para um, acrescentou velocidade e imprevisibilidade e fez o cruzamento para o segundo golo do Benfica, numa bola com conta peso e medida para a cabeça de Jonas. Com esta exibição, a ideia que dá é que Carcela devia ter sido aposta de início, já que ninguém nas «águias» tem as características do extremo.

Jiménez
Foi o último a entrar, a 20 minutos do final, e foi importante para o desfecho final. Acrescentou mais mobilidade que Mitroglu e conseguiu rematar à baliza, algo que o grego nunca conseguiu. Marcou o golo que sentenciou a partida, isolado por Jonas, e ainda voltou a festejar mas o árbitro anulou, por alegada posição irregular. Bom entrada!

Gonçalo Guedes
Uma nulidade. Jogou 59 minutos, mas nada fez. Aliás o melhor que conseguiu foi no primeiro golo, quando por acaso a bola bateu em si e foi ter com Jonas. Esteve muito mal, não conseguiu fintar, rematar e até mesmo tabelar. Parece outro. Pode ser que a pausa ajude o camisola 20 das «águias».

Wakaso
Boa primeira parte do médio, embora muito faltoso. Com a ajuda de Pedro Moreira estancaram facilmente a dupla do miolo do Benfica e impediram que a sua defesa tivesse muito trabalho. Na segunda parte e com o recuar do Rio Ave não conseguiu ser tão eficaz, mas deixou uma boa imagem neste encontro.

Heldon
Estava a dar trabalho a André Almeida na esquerda do ataque e complicar as contas à defesa encarnada, mas saiu lesionado perto do intervalo. Muita profunidade dada, bom com a bola no pé e muito bem a combinar com Bressan. Kayembe nunca conseguiu entrar no jogo como o jogador emprestado pelo Sporting.

Bressan
O melhor do lado vilacondense. O bielorruso marcou o golo, num livre executado na perfeição, numa falta que também tinha sido ganha por si. É o elemento do Rio Ave que melhor trata a bola e que orquestra todo o ataque. Enquanto teve pernas, a equipa de Pedro Martins conseguiu bater-se taco a taco com o Benfica, mas com o desgaste físico e com a passagem para a linha desapareceu gradualmente.

Lionn
Aos 3 minutos quis trocar de bota e saiu do terreno de jogo. Nesse mesmo minuto o Benfica marcou o primeiro golo. Uma infantilidade do lateral brasileiro!