O Paços Ferreira foi ao Restelo arrancar uma importante vitória na luta pelo sexto lugar que pode dar acesso à Europa. Com um golo solitário de Bruno Moreira, a equipa de Paulo Fonseca fica a apenas um ponto da equipa de Lito Vidigal no duelo entre as duas equipas que mais progrediram em relação à última temporada. Há um ano, por esta altura, as duas formações lutavam para não descer, enquanto nesta ponta final procuram chegar à Europa. Vitória justa dos de «amarelo» que foram sempre mais equilibrados e pragmáticos na procura do resultado.

Confira a FICHA DO JOGO e as notas dos jogadores

Os fortes interesse que estavam em jogo levaram as duas equipas a entrar com algumas cautelas. O Belenenses, depois de há uma semana ter vencido o Marítimo, em pleno Estádio dos Barreiros, podia «arrumar» com outro adversário direto e reforçar a sua posição no sexto lugar da Liga. O Paços, depois de ter empatado com o V. Guimarães, precisava de vencer para cortar a distância para a equipa do Restelo e manter a Europa à vista. Neste cenário, Lito Vidigal e Paulo Fonseca apresentaram esquemas táticos idênticos (4x2x3x1), mas apenas no papel, uma vez que, em campo, as filosofias das duas formações eram bem distintas.

O Belenenses procurava evoluir no terreno em bloco, com passes curtos e muita paciência, numa progressão lenta em direção à baliza de António Filipe [estreou-se esta noite no lugar do lesionado Rafael Defendi que ficou no banco]. O Paços, por seu lado, procura surpreender o adversário com passes de rutura, procurando tirar proveito da velocidade de Manuel José, Bruno Moreira e Vasco Rocha. Duas filosofias que resultaram, num primeiro momento, numa forte concentração de jogadores numa curta faixa de terreno, mas com sinal mais para os de amarelo que, de tentativa em tentativa, iam conseguindo mais profundidade no ataque.

Primeiro desequlíbrio e golo

O Belenenses ia anulando as investidas do Paços com uma defesa em linha bem sincronizada que deixava sistematicamente os avançados do Paços fora de jogo, mas a verdade é que depois não conseguia sair a jogar, com tantas pernas pela frente. Conseguiu furar o bloqueio uma vez e Rui Fonte esteve muito perto de abrir o marcador com uma cabeçada em voo, no coração da área, depois de um cruzamento em arco de Nélson. O Belenenses procurava mais bola com o recuo de Sturgeon e parecia estar a conseguir algum ascendente quando o Paços chegou ao golo, aos 32 minutos. Passe de rutura de Seri [bom jogo] a destacar Bruno Moreira à entrada da área, Ventura sai ao encontro do avançado, a bola é prensada, ganha altura, e o avançado cabeceou para as redes vazias.

Um golo que provocou um aumento imediato da intensidade do jogo, com o Belenenses à procura de uma resposta rápida, mas com as mesmas dificuldades em fazer o fluir o seu futebol e, até ao intervalo, a melhor oportunidade voltou a ser do Paços com Minhoca a surgir destacado diante de Ventura com tudo para fazer o segundo. Uma vantagem que se aceitava pelo maior pragmatismo do Paços que conseguiu chegar sempre com maior facilidade ao ataque, diante de um Belenenses bem mais perro nos seus movimentos.

Lito Vidigal não esperou mais e trocou o desinspirado Camará pelo jovem Dálcio, agora com um Carlos Martins mais solto no apoio ao ataque, mais perto de Surgeon. O Paços, por seu lado, apresentou-se com um bloco mais baixo, a oferecer mais metros ao adversário, para depois sair a jogar em rápidos contra-golpes. Miguel Rosa ainda contou com uma oportunidade soberana para empatar, logo a abrir, mas a verdade é que o Paços estava a tornar-se num bloco cada vez mais sólido e geria muito bem os ritmos de jogo.

Confira os destaques do jogo

Agora era o Belenenses que procurava os passes longos, exagerava nos remates de longe e ia perdendo o discernimento à medida que os minutos iam passando. Também se jogava a partir do banco. Lito Vidigal prescindia de Filipe Ferreira para reforçar o ataque com Tiago Caeiro, Paulo Fonseca prescindia de Vasco Rocha e Bruno Moreira para reforçar o miolo com Diogo Jota e Romeu.

O Belenenses arriscou tudo no ataque e esteve muito perto do empate nos últimos instantes do jogo na sequência de um canto de Miguel Rosa. Rui Fonte tentou o remate, mas acabou por cair por cima de António Filipe, antes de Sturgeon fuzilar as redes deamparadas, mas Manuel Mota considerou que houve falta sobre o guarda-redes e o empate esfumou-se em definitivo.

Segue assim intensa a luta pelo sexto lugar que até pode dar acesso à Liga Europa, agora com o Paços a apenas um ponto do Belenenses.