2022 continua amargo para Paços de Ferreira e Portimonense.

Pacenses e algarvios não foram além de um empate a uma bola na Mata Real e ainda desconhecem o sabor doce da vitória no novo ano. Os castores somam o quarto empate consecutivo, enquanto os homens de Portimão continuam em queda após a boa réplica na primeira metade da Liga.

Paulo Sérgio procurou «abanar as águas» com algumas mexidas no onze inicial, sobretudo no fustigado setor defensivo. Entre essas mudanças, o treinador, de regresso ao estádio da equipa que orientou em 2008/09, promoveu as estreias de Julien Dacosta e do jovem avançado Ricardo Matos. A principal alteração no Paços de Ferreira também aconteceu no quarteto mais recuado, com Juan Delgado a fazer de lateral direito.

As duas equipas entravam em campo - no primeiro jogo de ambas em fevereiro - com a esperança de que a sina do segundo mês do ano fosse bem diferente da do anterior.

Apesar do começo algo tímido de Paços e Portimonense, o leme do barco nos primeiros 45 minutos esteve sempre a cargo dos pacenses, que nem precisaram de rematar à baliza para abrir as hostilidades. Antunes cobrou um pontapé de canto na direita, Lucas Possignolo atrapalhou-se na pequena área e marcou na própria baliza após a bola sofrer um desvio na coxa do defesa brasileiro.

Estava desfeito o nó do nulo.

O Portimonense tentou, a partir daí, esboçar a reação. Shoya Nakajima era o cérebro que comandava as melhores jogadas algarvias e descobria os colegas em melhor posição.

Mas foi num lançamento em profundidade que a equipa de Paulo Sérgio logrou uma ocasião soberana de golo. Anderson bailou sobre Antunes, trocou as voltas ao internacional português, que acabou por tropeçar dentro da grande área e derrubar o atacante brasileiro.

André Ferreira, porém, fez esquecer o momento inglório de Antunes. Anderson assumiu a responsabilidade de bater o penálti, mas o guardião pacense mostrou porque alguns lhe reconhecem as grandes penalidades como uma das suas principais valências.

César Peixoto tinha avisado que os castores estavam preparados para subir a «um patamar superior» e o primeiro tempo comprovou-o. Os homens da casa dominaram o jogo com bola, com algumas jogadas elaboradas desde o próprio meio-campo e com claro dedo do treinador.

Mas o Portimonense vinha à Mata Real inconformado pelo mau momento. Os algarvios, no recomeço, mostraram os predicados que os tornaram uma das sensações na primeira volta da Liga.

Porém, as boas intenções dos homens do Sul esbarraram sempre na muralha pacense de André Ferreira.

Apesar de o adversário estar mais solto em campo, o P. Ferreira também não abdicou de mirar a baliza de Samuel Portugal, aproveitando os espaços criados pelo balanceamento ofensivo do Portimonense. Também aí, as tentativas pacenses não foram consumadas graças aos bons reflexos e saídas do guardião algarvio.

Numa partida tão eletrizante como aquela que se viu no segundo tempo, o marcador até era curto, embora espelhasse bem o quão perdulários são os dois conjuntos no último terço.

Mas já em tempo de compensação, o Portimonense aproveitou um lance de bola parada para empatar a partida e colocar justiça - se é que ela existe no futebol - no resultado. Welinton Júnior, em esforço, desviou para o fundo das redes pacenses. Desta vez, André Ferreira nada podia fazer.

O nó, que havia sido desfeito, estava novamente atado.