Rui Vitória considera que esta temporada foi mais difícil do que a anterior. O treinador do Benfica acha que as expectativas foram maiores e, por isso, não por estar na frente mais cedo em vez de correr atrás, mas porque precisava corresponder à fé encarnada, as dificuldades foram mais evidentes

«Ambas as temporadas foram difíceis mas senti esta época mais dura. Não por ir na frente mas sim porque sabíamos que tínhamos de corresponder às expectativas. Qualquer problema o balão podia rebentar. Estamos de tal forma trabalhados para essas questões de estar atrás ou à frente que só olhamos para o jogo seguinte», garantiu, em entrevista à Benfica TV. 

Mais à frente, na mesma conversa, foi questionado se via alguém em Portugal com mais qualidade. A resposta foi direta ao assunto: «Não vejo onde.»

O técnico admitiu ainda que Pizzi desempenhou um papel fulcral no Benfica esta temporada, embora não tenha referido que foi o melhor jogador da Liga: «Fez uma belíssima época. Tem de ser alguém do Benfica o melhor do campeonato. Olhando para a questão do rendimento, ele andou sempre entre o 8 e o 10, com um rendimento muito elevado e regular.» 

Sobre o papel do médio, o treinador sublinhou que é alguém «que tem projeção vertical». «Começámos a moldar o nosso jogo em função do Pizzi e não era bom fazer outra mudança. Ficou estável e não mexemos. Gosto de o ver em qualquer posição. Está na fase de maturação e percebe como ninguém o jogo, quer na ala quer no centro», elogiou.

Na mesma conversa, Rui Vitória sublinhou que não pode tratar por igual todos os jogadores, pois precisa entender como cada um funciona. «Tenho expectativas diferentes em relação ao Luisão ou de um jovem de 18 anos. É preciso conhecer essas expectativas», sublinhou.

E deu o exemplo de Jonas, que marcou muitos menos golos esta temporada mas conseguiu motivá-lo de outra forma: «Qual é a motivação que deve ter? É ser decisivo. Em sete, oito jogos ser decisivo, sem preocupação em fazer muitos golos.»

Rui Vitória disse ainda que um treinador numa equipa como o Benfica tem de preocupar-se com várias áreas, citando algumas: «Social, mental, a filosofia do clube, a visão do presidente, a essência dos jogadores.»

Sobre os momentos mais difíceis da temporada, distinguiu algumas derrotas, pois «todas são complicadas».

«A derrota na Taça CTT ou Dortmund, no Bonfim, são complicadas, em que sabemos que nos vão criticar. No Benfica temos algo muito bom, que é a onda positiva, mas também o balão rebenta com muita facilidade. Vai enchendo, há um desaire e a casa vai abaixo. Nem tudo é preto ou branco», rematou.