Jogo «rasgadinho» na estreia de Jorge Costa como treinador do Farense, com oportunidades nas duas balizas e emoção até ao último apito de Vítor Ferreira. O empate [1-1] aceita-se e este foi um daqueles jogos em que dá pena não poder ser atribuído a vitória às duas equipas.

Neste primeiro jogo à frente do Farense, Jorge Costa colocou a equipa em 4x3x3, esquema preferencial do seu antecessor Sérgio Vieira, que no encontro anterior, na derrota em Tondela, colocara a equipa, pela primeira vez, em 3X5x2. E em relação à sua composição, Jorge Costa efetuou três alterações: do onze saíram Bura, Cássio Scheid e Madi Queta para as entradas de Eduardo Mancha, Mansilla e Stojiljkovic.

No Santa Clara e em comparação com a vitória sobre o Belenenses, Daniel Ramos, deixou Nené e Allano no banco e apostou em Anderson Carvalho e Diogo Salomão.

Futebol positivo de parada e resposta, com bolas aos ferros, golo anulado, e oportunidades perdidas e repartidas. Num ápice, e ainda o cronómetro mal passara dos dez minutos, e os ferros das duas balizas já tinham tremido, a remates de Cláudio Falcão e Lincoln. Antes, Carlos Jr. já tinha atirado cruzado, com a bola a passar perto do alvo.

O Santa Clara construía preferencialmente pelas alas, com Carlos Jr. e Diogo Salomão muito ativos e os algarvios respondiam com um futebol mais apoiado. Os açorianos eram perigosos quando metiam velocidade no último terço e o Farense utilizava uma arma que já lhe valeu vários golos e pontos, na era Sérgio Vieira: bolas paradas. Foi assim num livre lateral de Ryan Gauld no remate ao poste de Falcão e em quatro cantos, com Stojiljkovic a cabecear em dois e Mancha noutro. No outro, a bola foi mesmo parar ao fundo da baliza, numa finalização de Licá, mas o árbitro, depois de assinalar golo, anulou por indicação do VAR, devido a uma mão de André Pinto.

Antes do intervalo, um momento de inspiração de Ryan Gauld colocou o Farense em vantagem: os açorianos perderam a bola perto da sua área, o escocês agradeceu, deu na esquerda em Mansilla, que cruzou para o desvio de calcanhar de Gauld, que na área ganhou posição a Morita.

Depois de Mansilla ameaçar a primeira grande oportunidade foi desperdiçada por Crysan, que num trabalho individual na esquerda, em que tirou dois adversários da frente, viu Defendi- com uma palmada - negar-lhe o remate cruzado, e na sequência o Farense teve muita sorte, quando Villanueva, de cabeça, acertou no poste esquerdo da baliza algarvia.

Os açorianos estavam determinados em inverter a história e de seguida voltaram a ter nova chance, mas Mancha, no caminho da bola, evitou que Crysan marcasse. À hora de jogo, Carlos Jr. entrou pela direita, tirou Fábio Nunes da frente e caiu em disputa com Falcão. Vítor Ferreira apontou de imediato para a marca de grande penalidade e o avançado não desperdiçou, empatando e colocando justiça no marcador. E manteve o (mau) hábito dos algarvios de sofrerem golos em todos os jogos do campeonato, com os açorianos a faturarem no oitavo jogo consecutivo.

Empurrado para o seu meio-campo devido à atitude do Santa Clara, Jorge Costa tentou alterar a ordem com as entradas de Pedro Henrique e Madi Queta, numa troca direta com Stojiljkovic e Mansilla. E não demorou muito para se ver novamente uma jogada de perigo dos algarvios, com Marco a negar o golo a Licá, que desviou com um toque subtil, um cruzamento de Fábio Nunes.

Os intentos de Jorge Costa tiveram correspondência em campo e o Farense voltou a dividir o jogo. Pedro Henrique esteve perto do golo, impedido por grande intervenção de Marco, que evitou com a mão direita. Até final Defendi evitou o golo com uma saída aos pés de Marco e Fábio Nunes alvejou com força e convicção, mas Marco esteva atento.