Sérgio Grilo, ex-jogador do Moreirense, foi punido pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol com dois anos de suspensão e 1500 euros de multa, num caso de corrupção desportiva que remonta à época 2012/13, quando o emblema de Moreira de Cónegos estava na II Liga.

Segundo o acórdão, Sérgio Grilo contactou Manuel Godinho, jogador da Naval, curiosamente o atual clube de Grilo, convidando-o a «provocar um penálti e/ou ser expulso» de modo a facilitar a vitória do Moreirense. Em troca oferecia 5 mil euros. O acusado negou esta situação, garantindo apenas que a conversa se centrou «no estado das duas equipas».

O futebolista disse, em sede disciplinar, ser «falso que tenha tentado corromper o jogador Manuel Godinho», mas quando interrogado pela Polícia Judiciária, diz o acórdão, assumiu a responsabilidade dos factos. «Assume a prática dos factos e refere estar totalmente arrependido dos mesmos, afirmando que os mesmos resultaram de uma atitude totalmente irrefletida», refere hoje a nota do Conselho de Disciplina em relação ao depoimento junto da PJ.

Este foi, de resto, um de seis supostos crimes de corrupção desportiva envolvendo o Moreirense no referido campeonato, que estão ainda a ser investigados pelo Ministério Público. Na altura, sublinhe-se, já tinha ficado provado que Manuel Godinho rejeitara a verba oferecida. Outros jogadores abordados, sem especificar por quem, teriam sido Lourenço e Paulo Grilo, do Santa Clara, e ainda João Pedro, Hugo Santos e Williams, da Naval. Este último teria sido o único a aceitar a oferta.

Neste caso concreto que envolveu Sérgio Grilo, o acórdão diz ainda não ter ficado provado que o arguido tenha agido «por solicitação de algum responsável do Moreirense», pelo que o clube foi absolvido.

A decisão da secção não profissional do Conselho de Disciplina da FPF é passível de recurso para o Conselho de Justiça ou Tribunal Arbitral do Desporto.