Declarações de João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, no Estádio Municipal de Braga, após o triunfo (1-2) sobre o Sp. Braga no jogo inaugural da Liga:

«A primeira parte foi difícil para nós, entrámos um pouco desconfiados do nosso próprio jogo, faltam algumas rotinas. No entanto, em termos de organização conseguimos retirar espaço onde acreditamos que o Braga é mais forte. Perceber as dinâmicas do Braga num corredor e noutro, que são diferentes. Sentimos algumas dificuldades na nossa construção, perdíamos rapidamente a bola. Com exceção do golo, no entanto, e de uma situação do Braga logo a seguir, tiveram muita bola, muita posse, mas conseguimos fechar os espaços e não permitimos mais. Na segunda parte ajustámos alguns posicionamentos, definimos outras zonas de pressão para nos instalar mais vezes em zonas de ataque; fomos fazendo isso, fomos criando oportunidades para chegar ao último terço e acabamos por marcar. Ficamos confortáveis no jogo, até fisicamente, os jogadores que entraram produziram muito, as substituições correram bem, e sentimos que a equipa estava a acreditar e podia chegar ao 1-2. Não tivemos grandes apuros e acabámos o jogo confortáveis perante uma grande equipa, que vai longe nas competições europeias, não tenho dúvidas nenhumas. Para nós foi um resultado muito importante».

[Ambição diferente?] «É redutor dizer isto, mas este jogo valeu só três pontos. Jogar num estádio difícil perante uma equipa forte, que nos pôs à prova, dá para refletir em que nível estamos, é importante. Somar três pontos na primeira jornada, contra um dos candidatos ao título, é de uma importância muito grande. Não reformulamos nada com isto. Zero. O que analisamos é a capacidade que os jogadores têm de reter informação rapidamente. O campeonato é exigente e será impossível ganhar os jogos todos. O ano passado tivemos 13 vitórias, este ano queremos fazer mais».

[Objetivos] «Os objetivos, o que me pediram foi o quinto lugar e uma final da Taça de Portugal. Estou cá, não tenho medo a desafios nenhuns, vamos lutar. Temos já um desafio muito difícil frente ao Moreirense no próximo jogo em casa».

[Tem jogadores que chegaram há pouco tempo. Correu tudo bem?] «Correu tudo bem, mas mantenho o que disse. Não retiro uma vírgula, há trabalho para fazer, jogadores que chegaram tarde, e é um trabalho que temos de fazer, os jogadores tiveram parados muito tempo. Jogadores que jogaram hoje e chegaram na terça-feira, isto requer algum tempo e algum trabalho. Mas, há uma coisa associada, a ambição que temos, de vir a Braga lutar pelo resultado e lutar pela vitória. Na próxima jornada temos um jogo muito difícil em casa, e as coisas vão ser da mesma forma. Não é por ganhar este jogo que os problemas desaparecem. O treinador, principal responsável, e os jogadores vão resolver os problemas. As expetativas continuam muito altas, a exigência é muito grande para um campeonato extremamente complicado e muito longo».

[Trabalho que tem pela frente] «É complexo, porque temos vários jogadores em etapas diferentes da preparação. Dentro disso temos de introduzir questões de ordem tática; vamos ajustando. Temos jogo segunda-feira, um ciclo maior para trabalhar e para poder equilibrar o plantel. Os jogadores do ano passado estão confortáveis com a nossa proposta de trabalho, e as dificuldades vão ser ultrapassadas».