Ao décimo jogo, na abertura da segunda jornada, o primeiro nulo na Liga, com Estoril e Vitória a zeros, embora com oportunidades claras para qualquer uma das equipas reclamar os três pontos. Os minhotos, tal como na primeira ronda, voltaram a ser vítimas da falta de eficácia na primeira parte, mas na segunda foi o Estoril que esteve melhor, desperdiçando uma grande penalidade, logo a abrir e depois jogando mais de meia-hora em vantagem numérica por expulsão de Alfa Semedo.

 Bruno Pinheiro manteve praticamente intato o onze que ganhou em Arouca, lançando apenas Miguel Crespo, uma das figuras do Campeonato da época passada, que cumpriu castigo na primeira ronda, para o lugar de Chiquinho. Pepa foi mais longe e renovou mesmo a confiança na equipa que perdeu, na ronda inaugural, diante do Portimonense, repetindo exatamente as mesmas apostas. Uma decisão a bater certo com o discurso do novo treinador dos minhotos que, no final do primeiro jogo, disse que o que falhou foi apenas a eficácia.

O Vitória assumiu desde logo o comando do jogo, com uma elevada posse de bola, empurrando os canarinhos para o seu reduto. André Almeida, Alfa Semedo e André André tinham muito espaço para trocar a bola, mas quando subiam no terreno, os espaços escasseavam. Ricardo Quaresma, numa série de combinações com Sacko, sobre a direita, procurava desmontar o muro amarelo, mas depois raramente encontrava Bruno Duarte solto.

A elevada posse de bola dos minhotos foi, de certa forma, consentida pelo Estoril, que recuava em toda a linha para depois tentar sair, em contra-ataque, procurando explorar a velocidade de Bruno Lourenço e Miguel Crespo sobre as alas. Mas a estratégia dos canarinhos também não correu bem, uma vez que o Vitória, quando perdia a bola, recuava o setor defensivo, mas os restantes jogadores pressionavam alto, atrasando de forma significativa a resposta canarinha que raramente conseguiu imprimir velocidade com bola.

Um jogo muito estratégico, muito equilibrado, mas com um Vitória com mais soluções e a crescer até ao intervalo. Ricardo Quaresma deu o primeiro sinal de perigo, com uma trivela da direita que passou a rasar o poste. Logo a seguir Bruno Duarte, com um remate colocado, obrigou Daniel Figueira à defesa da noite. Ainda antes do intervalo, André Almeida, sempre muito jogo, deixou a baliza canarinha a tremer, com um potente remate cruzado devolvido pelo poste.

O jogo mudou de forma extrema na segunda parte, desde logo, porque o Estoril ensaiou uma reentrada mais arrojada, com as linhas mais subidas e por muito pouco não tirou dividendos disso mesmo logo a abrir. Jorge Fernandes derrubou André Franco na área e João Gonçalves, em cima do lance, apontou para a marca dos onze metros. André Clóvis fez quase tudo bem, Trmal voou para um lado, a bola foi para o outro, mas para fora. O Vitória sentiu-se incomodado com a versão mais arrojada dos canarinhos e voltou a acusar o toque quando alfa Semedo, já amarelado, entrou a pés juntos sobre Miguel Crespo e recebeu ordem de expulsão.

O ascendente do Estoril, que já era evidente, reforçou-se e as substituições que se seguiram davam conta da inversão do tabuleiro em relação à primeira parte. Agora era o Estoril que assumia as despesas do jogo diante de um Vitória mais retraído. As oportunidades sucederam-se junto à balzia de Trmal, com destaque para os remates de Rosier, Miguel Crespo [com a baliza aberta] e, já nos últimos cinco minutos, de Meshino e Chiquinho. O Vitória procurava agora responder com transições rápidas, agora com Rochinha, Rúben Lameiras e o reforço Tiago Silva em campo, mas até ao apito final de João Gonçalves foi sempre o Estoril que esteve mais perto de vencer.

O resumo do jogo: