Dilúvio em Guimarães – essencialmente na primeira metade – condições muito adversas e um empate intenso e recheado de espetáculo na segunda cimeira do dia entre lisboetas e minhotos. Duas vezes em desvantagem no jogo, o Benfica resgatou um ponto em cima do minuto noventa (2-2) após jogar a última meia hora em superioridade numérica.

Numa série de cinco triunfos consecutivos fora de portas, os encarnados ficam em igualdade com o Sporting no primeiro lugar – com menos um jogo dos leões – com uma exibição em que apenas o pé esquerdo de Di Maria, com duas assistências, conseguiu anular a sociedade dos Silvas. Álvaro Pacheco tinha alertado, o Vitória fez uma grande jogo e apenas a expulsão – justa – de Borevkovic acabou por atirar a equipa vimaranense para um cenário de desconforto perante mais de 25 mil adeptos. Os vitorianos também igualam o rival no quarto posto.

Nota prévia: O jogo desenrolou-se em condições climatéricas muito adversas. Choveu copiosamente antes e durante o encontro, essencialmente na primeira parte, pelo que o embate entre Vitória e Benfica foi incaracterístico. O relvado ficou encharcado, a bola não rolou nas melhores condições e exigiu uma adaptação de parte a parte.

Sem referência ofensiva, Benfica pouco atrevido

Neste cenário as bolas paradas revestiram-se de particular importância. Foi assim que o conjunto de Álvaro Pacheco chegou à primeira vantagem, através de uma grande penalidade alcançada na sequência de um pontapé de canto. Kokçu derrubou Tomás Ribeiro, dando oportunidade a Tiago Silva de abrir o ativo.

Uma vantagem que, contudo, durou apenas seis minutos. O Benfica empatou de pronto, com Di Maria a aproveitar uma brecha pela direita – após deixar um primeiro aviso momentos antes – fazendo o cruzamento certeiro para Rafa encostar sem oposição na pequena área. Seis minutos de emoção, a camuflar, de certa forma um jogo muito condicionado.

Ainda antes destes condicionalismos, Roger Schmidt montou um onze com uma variável diferente dos últimos jogos. Sem um ponta de lança de raiz – Arthur Cabral ficou no banco – os encarnados povoaram o meio campo e apostaram num ataque mãos móvel e repentino com Rafa a ser a referência ofensiva.

As dificuldades sentidas na primeira metade levaram o técnico alemão a operar duas mexidas ao intervalo, mudando o figurino da equipa. Florentino rendeu Kokçu, dando mais músculo ao setor intermediário, e João Mário, muito apagado, saiu para a entrada do Arthur Cabral. Carregou o conjunto encarnado no arranque da segunda metade, encostou o Vitória às cordas e ameaçou asfixiar a equipa da casa.

Expulsão de Borevkovic retira conforto ao Vitória

Mas, soltou-se das amarras a equipa de Álvaro Pacheco ao equilibrar-se com o novo esquema adversário, voltando a sair com critério e com vários elementos a abrir várias brechas no último reduto das águias. Recolocou-se em vantagem quando estava cumprida uma hora de jogo.

Processos simples, Bruno Gaspar abre para Jota Silva na direita fazer o cruzamento de primeira, na área André Silva faz o desvio decisivo com o pé esquerdo. Estava tranquilo o Vitória, não se encontrou o Benfica depois do arranque da segunda metade e os vimaranenses conseguiram novo lance perigoso de pronto.

A tranquilidade foi derrubada por Borevkovic, imprudente, a ser expulso apenas três minutos depois da vantagem. Jogo entregue ao Benfica, sensivelmente meia hora para jogar com mais um elemento em campo na busca do resultado. Em cima territorialmente, mas sem criar perigo, até ia sendo Jota Silva a lutar contra o mundo a criar calafrios.

Até que em cima do minuto noventa, um cruzamento teleguiado de Di Maria, viu na cabeça de Arthur Cabral o momento para resgatar um ponto. Pela segunda época consecutiva os encarnados deixam pontos em Guimarães. O Vitória iguala o Sp. Braga no quarto lugar, mas ainda não foi desta que quebrou a malapata que vem de 2013, em que venceu no Jamor pela última vez os encarnados.