O V. Guimarães pôs fim ao jejum de doze jogos sem vencer, despedindo-se do D. Afonso Henriques com um triunfo (4-1) no dérbi do concelho de Guimarães, diante do Moreirense. Num jogo «rasgadinho», o Vitória resolveu o encontro na segunda metade, marcando três golos nos últimos vinte minutos.  

Já com pouco em disputa na tabela classificativa, a não ser honra e orgulho, o dérbi da Cidade Berço até começou com mais emotividade do que aquilo que seria de esperar, com as duas equipas a demonstrar uma atitude destemida no sentido de chegar à baliza adversária.

O V. Guimarães chegou ao golo logo aos cinco minutos, com Henrique Dourado a voltar a ser mortífero de cabeça depois de uma série de cinco jogos sem marcar. Otávio cruzou junto à quina da área, o avançado brasileiro cabeceou nas alturas para o fundo das redes, desviando a bola do guarda-redes Stefanovic.

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Entrada a vencer da equipa da casa, que rubricou depois alguns pormenores de qualidade, mas sem sequência e sem um fio condutor vincado. Xande Silva, pela esquerda, ia sendo um dos elementos mais ativos a tentar criar desequilíbrios.

A equipa de Miguel Leal reagiu e empatou ainda no primeiro tempo, quando faltavam dez minutos para o intervalo. Golo com muita sorte à mistura, o remate de Fábio Espinho sofre um desvio decisivo em Cafú para fazer o chapéu perfeito a Miguel Silva, mas a verdade é que o Moreirense cresceu na fase final da primeira metade.

Rafael Martins testou a atenção de Miguel Silva por duas vezes de livre direto, Fati ia ganhando espaços com fintas habilidosas no lado esquerdo da equipa axadrezada, equilibrando os pesos da balança.

Depois do descanso, já sem Josué e com Cafú Phete a jogar no setor mais recuado, o V. Guimarães voltou a entrar melhor, assumindo com mais afinco a procura do segundo golo. Hurtado teve nos pés uma oportunidade soberana para o fazer, até driblou Stefanovic quando estava isolado, mas acabou por ver cartão amarelo ao perder um lance de golo com uma simulação.

Otávio pôs as mãos de Stefanovic em chamas com um remate forte de fora da área, o Moreirense perdeu com mais veneno de Rafael Martins e com uma oportunidade para Fati Fazer estragos, continuando a ser o equilíbrio o tónico dominante, ainda que com ligeiro ascendente da turma da casa.

Nos últimos vinte minutos, pouco mais do que isso, o V. Guimarães desnivelou o encontrou partindo para um triunfo robusto. João Teixeira fez o segundo depois de uma jogada em que Henrique Dourado não regateou esforços na altura de lutar por uma bola pouco apelativa.

Bis Dourado à força: veja os destaques do jogo

O golo da tranquilidade chegou num lance de irreverência de Victor Andrade que, depois de se colocar em zona frontal à baliza disferiu um bonito remate em arco, que apenas parou no travessão da baliza de Stefanovic. Se o Moreirense beneficiou da sorte no tento apontado, o V. Guimarães teve igual dose de felicidade, uma vez que as costas de Stefanovic fizeram a bola ressaltar para a baliza

Mas ainda havia mais de Dourado para mostrar. Em mais uma jogada em o avançado voltou a fazer do físico uma arma, Dourado driblou no meio campo do Moreirense e acabou por rematar forte de fora da área carimbando o resultado final com um golo de belo efeito.

Triunfo justo do V. Guimarães, talvez desnivelado demais para o que o Moreirense fez, num jogo aberto e com as duas equipas a lutar pelo triunfo. Sobe ao nono lugar a equipa de Conceição, mantendo-se a tradição: o Moreirense nunca venceu no D. Afonso Henriques em jogos da Liga.

A formação de Moreira de Cónegos desceu um lugar na classificação.