Jogo de nervos no berço. Cinco golos, cambalhota no marcador e o Vitória a obrigar o Sporting a escorregar no D. Afonso Henriques. Os leões estiveram na frente do marcador, mas viram os vimaranenses conseguir virar o jogo, resistir a uma segunda igualdade e voltar a fechar o triunfo (3-2).

Numa jornada em que o perseguidor direto já tinha perdido pontos, o líder Sporting podia alargar a margem para o Benfica, mas claudicou num jogo em que até teve via aberta para o triunfo. Ameaçou simplificar o duelo na segunda metade, num momento em que encostou o Vitória às cordas, mas ficou à mercê de um Vitória audaz.

Com uma defesa remendada face às ausências de St. Juste e Coates, após uma primeira fase de duelos entrincheirados e com equilíbrio, Álvaro Pacheco tirou do banco a chave do triunfo: Dani Silva saltou do banco ao minuto 80 para decidir ao minuto 81 e deixar ao rubro a luta dos primeiros lugares do campeonato.

Entrincheirados até às emoções pré-descanso

Com modelos táticos equivalentes e debaixo de um autêntico dilúvio o embate entre Vitória e Sporting começou por ser um autêntico duelo de trincheiras. Mais bola do Sporting, mas as equipas a equivalerem-se nas disputas de bola. Ia falhando, de parte a parte, a tomada de decisão com os dois conjuntos a comprometer lances promissores.

Entrincheiradas, as duas equipas deixaram o cronómetro correr praticamente até ao descanso, estando as emoções reservadas para o final do primeiro tempo. O Sporting adiantou-se no marcador ao minuto 42, num lance em que Morita teve crença para travar as hesitações de Maga e Varela. O lateral protegeu a bola, mas a margem era curta e o nipónico acreditou, acabando por desviar a bola. Inácio foi quem colheu os frutos, encostando para a baliza deserta a adiantar os leões no marcador.

Uma vantagem que, contudo, durou pouco tempo. Pote ainda festejou o segundo, ao picar a bola sobre Varela, mas havia posição irregular. No último lance do primeiro tempo, Tiago Silva restabeleceu a igualdade convertendo um penálti no sétimo minuto de descontos. Adán ainda adivinhou o lado, mas não conseguiu suster o castigo máximo que o próprio cometeu ao derrubar Ricardo Mangas.  

Vitória resiste ao assédio e sofre antes de ser feliz

Foi completamente diferente a segunda metade, muito mais vertiginosa, como espelha o marcador. Mas, cedo se percebeu isso. Foi o Sporting a forçar a saída da trincheira, chegando-se à frente na busca da vantagem. Uma realidade ainda mais vincada com a inclusão de Trincão e de Paulinho no jogo, impondo quase sentido único â partida.

Passou por momentos de sofrimento o Vitória, Gyokeres por duas vezes esteve perto do segundo do Sporting, num dos lances sendo Varela a fazer uma defesa monstruosa. A resposta ao sofrimento fez-se com um golo em contragolpe. Adán ainda impediu o golo de João Mendes, mas foi impotente perante a recarga de André Silva.  Uma vantagem que durou, contudo, apenas quatro minutos. Sedento de dar a volta ao jogo, foi Nuno Santos, lançado ao intervalo a dar mais amplitude ao Sporting a partir do lado esquerdo. Aproveitou o espaço pelo corredor para aparecer isolado e marcar de pronto.

Parecia esgotado o Vitória. Esteve encostado várias vezes às cordas, mas ainda teve forças para fazer o terceiro e carimbar o triunfo. Dani Silva, apenas um minuto após entra em campo, selou o triunfo numa boa combinação em que invadiu a área e atirou por entres as pernas de Adán.

Carregou o Sporting num último fôlego em que o Vitória resistiu como pôde. Voltou a sofrer, mas segurou os três pontos, faz os leões escorregar. A luta pelo primeiro lugar está ao rubro, os leões podiam aumentar a margem, mas podem ser igualados pelo Porto.