Empate no Bonfim que serve mais os interesses do Portimonense, que ultrapassou a barreira dos trinta pontos, do que propriamente os do Vitória que viu quebrada uma série de três vitórias caseiras com um ponto que não lhe permite ganhar muita folga sobre o fosso da despromoção. Um empate com sabor a azedo para os sadinos que entraram no jogo praticamente a vencer, com um golo supersónico de André Pereira [o mais rápido da Liga], mas depois não conseguiram travar a forte reação dos algarvios.

Confira a FICHA DO JOGO

O jogo começou, como já dissemos, com o golo madrugador do Vitória. Ataque pela direita conduzido por Patrick que encontrou André Pereira destacado na zona central. O jovem avançado teve tempo de ajeitar a bola antes de a despachar, com o pé esquerdo, levando-a ao angulo, sem hipóteses para Ricardo Ferreira. Estavam apenas decorridos 1,22 minutos do jogo, o que quer dizer que foi o golo mais rápido da atual edição da liga, igualando Jonas que também tinha marcado, exatamente com o mesmo tempo, ao Marítimo, na 8ª jornada da Liga.

Confira o golo supersónico de André Pereira

Ainda os adeptos do Vitória estavam a festejar nas bancadas e já o Portimonense estava na área sadina à procura do empate. Excelente a reação dos algarvios que imprimiram velocidade ao jogo e lavaram-no para junto da área de Cristiano e não descansaram enquanto não voltaram a nivelar o resultado. Pires e Tabata já tinham ameaçado, mas foi Dener o autor do empate, num lance desenhado a regra e esquadro por Nakajima sobre o flanco esquerdo, com um cruzamento bem medido para o brasileiro encostar de cabeça.

Os algarvios estavam endiabrados e por momentos chegaram a ameaçar a reviravolta da primeira volta em que os sadinos também marcaram primeiros antes da equipa de Portimão responder com cinco golos de rajada. Pouco depois do empate, Nakajima, que está convocado para a seleção japonesa e já atrai jornalistas nipónicos ao Bonfim, voltou a provocar desequilíbrios na defesa sadina com um passe do outro mundo a destacar Tabata que, por muito pouco, não consumou a reviravolta.

O jogo estava superintenso, com parada e resposta, quando uma série de lesões foi quebrando o ritmo de jogo. Numa delas, Tabata teve mesmo de sair e ceder o lugar a Wellington, mas João Teixeira e Wellingtton também tiveram de receber assistência médica. Pausas no jogo que permitiram ao Vitória reorganizar-se e voltar a equilibrar o jogo. O Portimonense, sem bola, fechava-se muito bem a defender, não permitindo que o Vitória imprimisse velocidade ao seu jogo, para depois sair em transições rápidas.

Até ao intervalo, o Vitória voltou a conta com uma oportunidade flagrante, na sequência de um livre, que permitiu a André Pereira voltar a visar a baliza de Ricardo Ferreira. João Teixeira na recarga também esteve perto de marcar, mas a verdade é que o Vitória vivia muito das bolas paradas e das iniciativas individuais de João Teixeira sobre o flanco esquerdo.

A segunda parte começou com o Portimonense por cima, a conseguir facilmente profundidade, quase sempre pela esquerda onde moravam Rafa Soares e, sobretudo Nakajima. Mas o ritmo estava agora bem mais baixo do que tínhamos visto na segunda parte, com as duas equipas com blocos mais recuados e a arriscar menos na frente. Oportunidades de golo só em lances de bola parada, como aquele pontapé de canto de Nuno Pinto que permitiu a Bonilha cabecear ao lado. Os adeptos do Vitória ainda gritaram golo, mas foi pura ilusão de ótica, a bola passou ao lado. O Portimonense perdia fulgor e, depois de Tabata, também perdia Ewerton na sequência de um choque aparatoso com Semedo que levou, inclusive, Luís Ferreira a consultar o VAR.

O Vitória voltou a crescer nos últimos minutos, com a equipa a reagir bem às alterações promovidas por José Couceiro e esteve muito perto de reclamar os três pontos em dois lances na área do Portimonense, mas a última palavra foi dos algarvios, primeiro num remate Lucas Possignolo que proporcionou a defesa da noite a Cristiano que, logo a seguir, voltou a brilhar, com nova defesa difícil a um remate de cabeça de Dener.

Fica o registo de uma primeira meia-hora impressionante, com forte intensidade e dois golos que acabaram por ditar o resultado final.