O Liverpool conquistou esta tarde a Taça de Inglaterra ao vencer no Cardiff Millenium, no País de Gales, o West Ham na marcação de penalties, após um empate a três golos no final do prolongamento. Num jogo que foi um hino ao futebol e à tradição que a final da taça inglesa ainda tem no Mundo, a equipa londrina nunca esteve em desvantagem, mas acabou por não segurar a capacidade de sofrimento e heroísmo dos Reds.
Depois de ter eliminado fora de casa o Chelsea e o Manchester United, as apostas eram claras em dar o Liverpool como favorito. A equipa de Rafa Benítez até entrou no jogo a assumir o favoritismo, parecendo mais tranquila e mais ofensiva, mas foi surpreendida logo aos 21 minutos, com um auto-golo de Carragher. O defesa inglês foi muito infeliz e acabou por desviar do caminho do guarda-redes Reina um remate de Scaloni.
Reina em noite de pesadelo...
O West Ham não tinha até então feito nada para justificar a vantagem. Mas com uma grande dose de felicidade conseguiu chegar lá. Uma vantagem que aumentou apenas oito minutos depois, num remate de Dean Ashton que deixou o Liverpool à beira de um ataque de nervos. Os Reds ficavam ansiosos, uma ansiedade que cresceu depois quando o árbitro anulou um golo a Peter Crouch por fora de jogo. Valeu na circunstância o francês Djibril Cissé a reduzir a desvantagem logo depois, no final de 32 minutos diabólicos, fazendo o resultado com que se foi para o intervalo. Um resultado que alimentava pelo menos a esperança do Liverpool para a segunda parte.
No regresso dos balneários, os adeptos deram a força que os Reds precisavam, a equipa moralizou-se e o capitão Gerrard fez o empate aos 54 minutos. O Liverpool tinha tudo para procurar agora o triunfo. Puro engano. Mais dez minutos e os londrinos voltaram a adiantar-se no marcador. Um cruzamento de Paul Konchesky sai desviado e acaba por trair Reina. O guarda-redes espanhol, que já tinha falhado no segundo golo, completava o pesadelo de uma tarde nessa jogada. O Liverpool lançou-se depois ao ataque, tentou de todas as formas chegar ao golo e foi já em cima dos 90 minutos que Gerrard voltou a fazer o empate. Um golo que já poucos criam ser possível. O jogo, esse, estava louco.
... e Reina em noite de sonho
Depois de 90 minutos de muito esforço, foram duas equipas devastadas pelo cansaço que avançaram para o prolongamento. A partir de uma certa altura, o Liverpool passou a jogar com dez jogadores devido à exaustão de Cissé, mas mesmo assim os Reds ainda dominaram a maior parte do tempo. Curiosamente, e uma vez mais, foi o West Ham que ficou muito perto do golo do triunfo, aos 118 minutos, quando Reo-Coker atirou à trave e na recarga Harewood rematou ao lado. Avançou-se então para os penalties e aí apareceu um herói. Reina, que tinha estado muito infeliz, defendeu os remates de Zamora, Konchesky e Ferdinand, e ofereceu o Taça de Inglaterra ao Liverpool.