Os «Lugares Incomuns» do futebol internacional continuam à caça de talentos escondidos com mais de 23 primaveras e a actuar em campeonatos menos mediáticos para os portugueses. A «viagem» desta semana já começou há alguns anos, num acompanhamento que vem sendo feito a um jogador que época após época demonstra uma fase de maturação maior: Rodinei, pois claro. Um lateral que pisa os relvados do Brasileirão apenas desde a temporada passada e que parece não querer experimentar terrenos verdes de outros países que não o seu, mesmo que em todas as janelas de transferências seja apontado para clubes fora do país do samba.

Formado no Brasil através dos escalões base do Avaí, a ainda curta carreira do atleta natural de Tatuí tem sido uma verdadeira roda impossível de furar. Emprestado ao Marcílio Dias, depois ao Corinthians, ainda ao CRAC e finalmente ao Penapolense, só com 22 anos é que o defesa direito conseguiu afirmar-se no nível sénior, já contratado a título definitivo pelo Ponte Preta, que militava na Série B. Cumpriu 74 partidas entre a fantástica campanha da subida do seu clube em 2014 e a consolidação sem margem para dúvidas no principal escalão do futebol brasileiro em 2015. As exibições seguras no Macaca valeram-lhe um grande assédio da Europa e a transferência, dentro de portas, para o Flamengo.

Actualmente ao serviço do histórico Mengão, um clube com uma massa adepta absolutamente impressionante, Rodinei não vai desapontando e prova disso são os 36 jogos e os 3222 minutos já realizados no ano civil de 2016 para todas as competições. Aos 24 anos já aprendeu tudo o que tinha a aprender no seu país e só um salto para outro nível competitivo pode lançar as bases para aprender o que lhe falta: ter um maior rigor posicional e ganhar a tão afamada intensidade.

Embora possa jogar também como médio direito, essa é uma posição em que já não o vemos para além das partidas em que a sua equipa está na frente e o treinador opta por fechar o corredor. É sempre como uma espécie de ala, mais do que como um defesa direito puro, que num 4x4x2 consegue exibir melhor os seus atributos ofensivos, apesar de ser um jogador igualmente interessante a defender.

Lá atrás, tendo ainda margem para melhorar o seu posicionamento quando não tem um adversário directo para marcar, é um jogador que no um para um defensivo ganha muitos duelos na tentativa de drible do adversário devido ao seu bom desarme, mas que também não compromete na intervenção pelas linhas aéreas. À frente, falta-lhe golo para elevar o seu futebol a outro nível, porque de resto tem tudo: visão de jogo, capacidade de mover-se para o corredor central e principalmente um dom para tirar cruzamentos tensos.