Luís Horta diz ter a informação de que há atletas em Portugal a usar eritropoetina (EPO) como recurso dopante. O presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), alerta também que esses atletas correm risco de vida.

«Como é lógico temos essa informação», disse Luís Horta em entrevista à Antena 1, quando questionado sobre se tinha suspeitas de haver atletas a usar EPO com frequência. «O passaporte biológico vai ser muito importante para dissuadir esses atletas, mas temo que na realidade em Portugal e noutros países há muitos atletas ainda a utilizarem esse tipo de substâncias», prosseguiu.

O responsável máximo pela luta antidopagem em Portugal falou de resto sobre as consequências da administração de EPO, explicando que torna o sangue mais viscoso e aumenta os riscos de acidentes cardiovasculares e problemas relacionados. «Temo que nos próximos anos atletas percam a vida por terem utilizado este tipo de substâncias», afirmou.

O presidente do Comité Olímpico de Portugal, já veio reagir a estas afirmações de Luís Horta. «Considero estranhas essas declarações. Não precisamos de mais suspeições sobre atletas. Ou há factos concretos que, de acordo, com a lei devem ser penalizados ou não há. Lançar atoardas, eventualmente, sobre atletas que representam Portugal em competições importantes não me parece benéfico para ninguém, muito menos vindo de uma pessoa responsável», defendeu Vicente Moura em declarações à Lusa.

O responsável do COP garante que não tem conhecimento «directo ou indirecto» de dopagem por parte de atletas portugueses, «especialmente daqueles que estão envolvidos no projecto olímpico». E falou do caso de Francis Obikwelu, cujo nome foi associado à Operação Galgo, em Espanha.

«Obikwelu respondeu bem: suspeitas, são suspeitas. Ninguém teve certezas, mas houve quase condenação em termos de opinião pública. Tivemos o gosto de o ver ganhar no Europeu de Pista Coberta em Paris e ver a satisfação com que teve a bandeira nacional nas mãos», afirma.