O Deportivo da Corunha é uma das equipas mais portuguesas de Espanha mas até há bem pouco tempo poucos atirariam o nome de Miguel Cardoso entre a legião lusa na Galiza. O avançado de 20 anos assinou esta terça-feira um contrato profissional de dois anos com o Deportivo. Um prémio para a excelente temporada que está a efetuar na equipa B.
 
Os números, de facto, não mentem. Miguel Cardoso, que alinha como extremo, soma já 14 golos ao serviço da equipa B. É o melhor marcador da equipa e, como prémio, antes da assinatura de contrato, já era chamado várias vezes aos treinos da equipa principal.
 
«Acredito que com trabalho posso ser opção na Liga espanhola ainda esta época», admite, em conversa com o Maisfutebol. Até ao momento, apenas se mostra a Victor Fernandez em amigáveis e nos treinos. Mas o antigo técnico portista aprova.
 
Mais do que isso, é até um apoio importante na formação. «Ainda não falei com ele depois de renovar contrato, mas sei que ele teve voto, claro. Não faria sentido assinar um contrato destes se não tivesse o aval dos dois treinadores, dele e da equipa B», considera.
 
Ainda esta terça-feira, Miguel Cardoso voltará a treinar com a equipa principal. «Ele é sempre muito ativo connosco. Puxa muito por mim. Faz isso com todos da equipa B, claro, mas creio que tem gostado da minha prestação», confia.
 
Miguel Cardoso chegou ao Deportivo em 2013, oriundo do Real Massamá. «A oportunidade foi-me apresentada pelo meu empresário e achei que seria o melhor para mim. Para já não tenho dúvidas que foi a aposta certa», comenta.
 
«Esta renovação é uma grande notícia, já estava em negociações há algum tempo e acredito que é o melhor para a minha carreira neste momento. Quero singrar», atira.
 
A «preferência» pelo Sporting e o apoio de Diogo Salomão
 
Na Corunha, a vida de Miguel Cardoso é facilitada pelo forte contingente luso que lá trabalha/joga. «Estou muitas vezes com o Hélder [Costa], o Ivan Cavaleiro, mas sobretudo o [Diogo] Salomão. Com o Luisinho e o Postiga é mais nos treinos. O Salomão é um apoio muito importante. Já cá estava quando cheguei e ajudou-me muito», conta.
 
«Eu não falava espanhol. As pessoas pensam que é fácil, mas há várias diferenças para o português e o Salomão foi importante na minha integração», acrescenta.
 
Diogo Salomão, curiosamente, tem a mesma origem de Miguel Cardoso, o Real Massamá. Mas não se conheciam antes de a Corunha os unir. Em comum, talvez o Sporting. Salomão ainda integra os quadros leoninos, Cardoso não esconde a sua preferência.
 
«É algo familiar. Não escondo essa preferência pelo Sporting, mas sou profissional e representaria qualquer clube em Portugal com o mesmo brio. Mas neste momento só penso neste clube que me ajudou. Gostava de jogar em Portugal mas não para já», explica.
 
Miguel Cardoso define-se como um «extremo esforçado e rápido», que joga nos dois flancos, mas prefere a esquerda para «poder fazer movimentos para o centro» e usar o seu pé preferido, o direito, para rematar. Tem, também, objetivos bem claros na mente.
 
«Para já, chegar à primeira equipa e impor-me. Depois é ir passo a passo. Vou trabalhar e sei que com trabalho é possível. Depois será sempre uma escolha do mister», completa.