Rafael Leão é a grande figura do Milan, mas tem sido associado a uma possível saída para o Paris Saint-Germain ou para a Premier League. O internacional português, contudo, garante que o plano é continuar em Itália.

«O meu futuro é no Milan. Estou aqui e ainda tenho um contrato de quatro anos. O Milan ajudou-me quando eu estava numa situação muito difícil, estiveram perto de mim. Não esqueço, sou leal. Cheguei como um menino, aqui cresci como homem e como jogador de futebol. Quero vencer de novo, a minha cabeça está aqui», assegurou o camisola 10 dos «rossoneri», numa entrevista ao Corriere della Sera.

Leão assumiu ainda que não pensa continuar ligado ao futebol quando acabar a carreira. «Estou neste ambiente há dez anos, tive muitas experiências. Quero tirar este stress de mim e dedicar-me à minha família e às minhas outras paixões.»

O avançado de 24 anos destacou a importância de Zlatan Ibrahimovic no seu desenvolvimento «como jogador, mas também como homem» e apontou os ídolos que tem no futebol e na música, outra das suas paixões, assim como a moda.

«Cristiano Ronaldo. Quando eu era pequeno, Ronaldinho. Na música não tenho um ídolo de verdade. O único talvez seja Bob Marley, tenho uma tatuagem dele», contou.

Leão lembrou ainda que os pais tiveram de fazer «muitos sacrifícios», nomeadamente o pai, que veio de Angola muito cedo para conseguir dar um futuro ao filho.

«Ele deu-me muitas lições, principalmente a importância do trabalho. É por isso que quero fazer tudo para retribuir o que me deram: ter a oportunidade de fazer algo com o meu talento. A primeira coisa que comprei com o meu salário no Lille foi uma casa para a minha família», recordou.

O internacional português, que esta temporada leva nove golos e sete assistências em 33 partidas, desvalorizou também as estatísticas e apontou o dedo aos críticos.

«Adoro golos bonitos. Claro, gostaria de fazer cada vez mais. Mas faço assistências, jogadas, estou completo. O futebol hoje é apenas estatísticas, números. E eu não gosto disso. Futebol é magia, alegria. Fico com raiva porque as pessoas só pensam em números. Se fazes um jogo mau, mas depois marcas, todos ficam: "Uau". Eu não sou assim. Porque as pessoas têm de se divertir e eu também tenho de me divertir. Eu sou pela beleza. A estética. No futebol, como na moda e na música. Como no amor», frisou.

«As críticas pesam sempre. Às vezes, irritam-me, mas apenas se não forem construtivos. Talvez pretendam apenas provocar-me. Muitas vezes pergunto-me: "Este tipo entende de futebol?". Fico chateado, mesmo que não demonstre. No entanto, essas coisas tornam-me mais forte. Eu sei onde posso chegar», afirmou ainda.