Numa altura em que vários jovens da formação do Sporting brilham na equipa principal, há mais um produto saído da escola leonina pronto a estrear-se em Alvalade. Se bem que neste caso com uma pequena particularidade: vai estar no relvado com a camisola do adversário. Chama-se Mangualde, joga pelo P. Ferreira e regressa à casa de partida com um assumido orgulho. «Estive oito anos no Sporting, fiz lá toda a formação, vi aquela casa ser construída de perto e por tudo isso vai ser muito bom para mim».
A camisola verde e branca faz parte, aliás, da vida de Mangualde. Foi com ela que o lateral-direito se fez jogador de futebol. Desde os infantis até à equipa B do clube. Onde foi colega de vários jogadores que agora brilham na equipa principal. «O Custódio, o Miguel Garcia, o Carlos Martins, o próprio Yannick Djaló, que apesar de ser mais novo treinou várias vezes connosco», conta em conversa com o Maisfutebol. «Vai ser bom reencontrá-los. Ainda mantemos contacto, somos amigos e quero dar-lhes um abraço».
«O ano passado cheguei um bocadinho caído do céu»
Depois de terminada a ligação a Alvalade esteve dois anos no Oriental, de onde quase seguiu para o Felgueiras. A extinção do clube duriense deixou o lateral-direito sem clube, até que saltou para o P. Ferreira e para a Liga nacional. Por isso nunca jogou em Alvalade. «Quando estamos na formação temos sempre a ambição de chegar à primeira equipa e jogar no relvado principal. Já não estou no clube mas acho que finalmente vou conseguir estrear-me naquele estádio que vi ser construído diariamente quando jogava nas camadas jovens», conta. «Vai ser uma sensação muito especial».
A confiança em ser titular, de resto, é enorme. Mangualde tem sido opção de José Mota desde a primeira jornada, depois de o ano passado ter ficado na sombra de Primo, e as coisas têm-lhe saído bem. «O ano passado quando cheguei já tinha terminado a pré-época, por isso cheguei um bocadinho caído do ar o que atrasou a minha integração. Estive praticamente seis meses sem jogar, até Dezembro, o que abalou um bocadinho a minha confiança. Este ano comecei desde o início com a equipa, sinto mais confiança da parte do treinador e por isso é normal que desenvolva melhor o meu futebol».