[trabalho originalmente publicado a 30 outubro de 2010]

«Dizem que Maradona devia ser um exemplo, mas exemplos têm de ser os pais das crianças, não culpá-lo quando um filho comete um erro. Que culpa tem ele? Cometeu erros que só o afectaram a ele e aos seus»

Diego Armando Maradona conquistou o Mundo, mas perdeu-se pelo caminho. Foi Deus, foi Diabo, Bem e Mal no mesmo corpo, o corpo de um homem só.

Esta é a história de um ser humano, um génio endeusado pelo seu talento ímpar, vergado pelas tentações apresentadas pelo Mundo, o mesmo globo que tinha feito sorrir com cada expressão máxima da arte futebolística.

«Se eu fosse Maradona, viveria como ele», garante Mano Chao. Nesta segunda parte do extenso trabalho do Maisfutebol, no dia em que Pelusa celebra o seu 50º aniversário, recuperámos a viagem de Maradona para a Europa. O final da adolescência, o Barcelona, o Nápoles, o Sevilha e o regresso a casa. Quando as drogas já acompanhavam todos os passos.

Quando Maradona era D10S, deixava marcas em todos. Do humilde Juan José, defesa do Real Madrid atirado contra um poste com um movimento de corpo, ao crucificado Goiktoetxea, envolvido nos piores momentos do Pelusa em Espanha. Um acabou no estaleiro, outro carrega a cruz de «Carniceiro de Bilbao».

Em Nápoles, uma música banal virou hino nos pés de Maradona. No México, a Inglaterra viu Deus e Diabo juntarem-se no mesmo corpo, ao mesmo tempo. A mão e o golo do século, o pior e o melhor de um génio, em noventa minutos de futebol.

Ivkovic enfrentou o mostro e venceu, perdendo. Defendeu dois castigos máximos de um génio humilde, o mesmo que um dia pediu uma camisola a Carlos Manuel. Domingos também se lembra dele.

Voltou à Argentina quando a Europa se fartou dele, retiraram-no do Mundial94 pela mão, como uma criança exposta ao ridículo. Reinventou-se como treinador, apaixonado como sempre, um sobrevivente. Parabéns, Diego!

A Europa, o Mundo (Parte II)

Sandokan para o estaleiro

Goiktoexea não é Carniceiro

«Life is Life», ao vivo em Nápoles

Golo do Século? E o meu passe?

«Carlos, dás-me a tua camisola?

«Defendi dois penalties dele!»

Argentina já só pedia metade dele

Ingrid Maria, anjo ou demónio?

A vida como DT para lá da vida

A infância, o sonho (Parte I)

Quando Raul adormecia a olhar para o irmão

Villa Fiorito enchia-se para desafiar o Pelusa

D10S tem um ídolo: imagina quem é?

A história (enorme) que quase não começava

Em nome do Regime e da Pátria

A estreia pela mão de um treinador... desconfiado

Giacobetti a abrir caminho à história

O mestre Kempes, e um almoço especial

O pontapé de Batista vingado