Marcelinho saiu da Naval, com o estatuto de melhor marcador da equipa da Figueira da Foz, para assinar pelo Sharjah FC, equipa orientada por Manuel Cajuda. Muitas coisas mudaram, mas os golos continuam a surgir. Em 12 jogos apontou 13 tentos. «Marquei sete golos para o campeonato - sou o terceiro melhor marcador - e seis para a Taça», confirma o brasileiro ao Maisfutebol. Objectivos para 2010? «Lutar para levar a equipa ao título e ser melhor marcador. Prometi marcar 20 golos, só faltam sete!»
Depois de ter passado pelo Aalborg (Dinamarca) e Orgryte (Suécia), experiências que não correram muito bem, porque não conseguiu adaptar-se ao clima e hábitos, Marcelinho regressou ao Brasil para representar o Avaí. Em 2007 ingressou na Naval e diz que ficou com «muito boas recordações de Portugal, que é um país maravilhoso». O avançado admite que «gostaria de voltar e jogar durante, pelo menos, mais um ano» em território luso.
Para já o seu futuro passa pelos Emirados Árabes, onde está a adaptar-se bem: «O país é seguro e oferece todas as condições para nos sentirmos bem. Para além disso, as pessoas do clube acolheram-me bem. Ter treinador português ajuda muito. Não falo muito bem inglês (ainda estou no "cursinho"). Por isso, facilita na hora de saber o que o mister realmente deseja.»
O tempo muda realidades, perspectivas e prioridades. Em Fevereiro de 2008, em declarações ao Maisfutebol, Marcelinho deixou a ideia de que deveria ter mais cuidado com as escolhas que fazia. Isto porque a sua passagem pela Suécia, por exemplo, foi positiva apenas financeiramente. «Em termos de projecção foi zero», lembrou na altura.
Neste momento, as suas prioridades parecem ter mudado: «Optei por vir, sobretudo, pela situação financeira. Queria realizar os meus sonhos e projectos e esta foi uma boa oportunidade para mim e para o meu antigo clube [Naval]. Foi um negócio interessante para ambas as partes. O meu interesse não é sair nem viver sonhos de jogar na Europa ou de ir à selecção brasileira. Já não é esse o meu sonho. Pretendo ficar mais cinco ou seis anos por aqui. Vou fazer 26 anos e, neste momento, o meu objectivo é pensar no futuro da minha família e na minha carreira.»
Golos despertam a atenção de outros clubes
Marcelinho não deixa de querer ser conhecido pelos seus golos, mas quer, sobretudo, ter tranquilidade para fazer o seu trabalho e dar estabilidade a quem o rodeia: «Este campeonato é visto por todo o mundo. Se fizer uma quantidade de golos fora do comum isso chamará a atenção de todos. Já existem clubes interessados, porque poucos avançados têm a média que tenho. Na Europa não seguem muito. Mas não estou preocupado, porque sei o potencial que possuo.»
Nos Emirados Árabes, o futebol é vivido com menos entusiasmo do que no Brasil ou em Portugal, mas os adeptos tratam Marcelinho «com carinho». Embora existam diferenças substanciais em relação aos campeonatos por onde passou, Marcelinho alerta para o facto de se jogar bom futebol naquele "cantinho do mundo": «Há diferenças, porque, em cada equipa, existem só quatro jogadores profissionais. A maioria trabalha de manhã e treina à tarde. Mas, ainda assim, a qualidade é grande.»
Apesar de não pensar em sair do Sharjah FC a curto prazo, Marcelinho parece também não fechar as portas a outras possibilidades. Para já, o futuro passa pelas "Arábias", mas não deixa de dar uma espreitadela ao que se passa em Portugal, onde gostaria de voltar a actuar: «Assisto a muitos dos jogos pela internet. O Benfica e o Sp. Braga estão muito bem. Estou a torcer pelos bracarenses, porque tenho amigos na equipa. O Benfica está a surpreender. O F.C. Porto, que no ano passado era quase imbatível, está um pouco mal. Mas o campeonato está melhor.»