Yusra Mardini foi esta quinta-feira nomeada embaixadora da boa vontade pela agência da ONU para os refugiados. De origens sírias, tornou-se mediática por ter participado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, após ter fugido do país de origem e chegado a nado à costa europeia.

«Para mim é uma honra representar os refugiados do mundo e ser a mais jovem embaixadora da boa vontade da história do ACNUR [Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados]. Estou grata por esta oportunidade», disse a nadadora de 19 anos, nascida em Damasco e residente em Berlim, na Alemanha.

Recorde-se que o Maisfutebol contou a sua história durante os Jogos Olímpicos do Rio.

Mardini representou a Síria nos Mundiais de natação em 2012. Fugiu do país três anos depois, por causa dos conflitos existentes. Embarcou com a irmã Sarah da Turquia até ao litoral grego. O barco levava 20 pessoas e ficou à deriva, devido a falhas no motor.

A atleta, então com 17 anos, atirou-se ao mar e nadou em direção à costa mediterrânica. Durante três horas orientou mesmo a embarcação até terra grega.

Tal como outros milhares de refugiados, Yusra Mardini chegou à Alemanha. As autoridades locais reconheceram-lhe as aptidões desportivas. «Serei eternamente grata à Alemanha por me ter acolhido, alojado, alimentado e por me ter permitido continuar a treinar», lembrou.

Mas não ficou por aqui. A jovem síria integrou a equipa de refugiados formada pelo Comité Olímpico Internacional para os Jogos do Rio. «Para mim é um sonho. Depois de tudo que tinha acontecido, participar nos Jogos Olímpicos e ser capaz de ser uma voz para milhões de refugiados em todo o mundo é incrível», disse Mardini, que falava durante uma conferência de imprensa.

Para os próximos tempos, a nadadora planeia visitar o Japão. No local onde serão realizados os Jogos de 2020 quer partilhar a experiência vivida no Rio e defender a participação de uma seleção de refugiados em Tóquio. «Eu não sei o que vai acontecer nos próximos seis meses, o que eu sei é que eu quero estudar, treinar e continuar a defender o respeito e direitos dos refugiados», rematou.