Ponto prévio. A nota maior na noite quente de Póvoa de Lanhoso foi a receita averbada para a Associação de Invisuais do Distrito de Braga. Cerca de 15 mil euros para uma causa nobre. Este foi o principal motivo para a realização do Maria da Fonte-F.C. Porto e, dessa forma, poder-se-á adiantar que os objectivos das duas equipas foram plenamente alcançados.
Na vertente puramente desportiva, o F.C. Porto fez a sua obrigação. Venceu a partida com naturalidade, encarou o jogo-treino de forma séria e em alguns momentos impôs mesmo um ritmo extremamente forte. Neste particular, é impossível deixar em claro a postura irrepreensível de Lisandro Lopez. O argentino foi, com Lucho, um dos poucos habituais titulares que iniciou o jogo e deu o exemplo a todos os companheiros.
O 1-0 final (Rui Pedro aos 27 minutos) não reflecte a grande superioridade dos dragões, que deixaram muitos golos por marcar.
Sinal mais para o pequeno Leandro Lima
De resto, a maior curiosidade residia na resposta a dar pelos atletas que menos tempo de jogo somavam até agora. E o que melhor esteve foi Leandro Lima. Com mais espaço do que aquilo que poderá esperar num jogo da Liga, o brasileiro teve pormenores deliciosos, como no lance do primeiro golo, em que deixou um defesa para trás após um drible cirúrgico.
E apesar daquela aparente fragilidade física, a verdade é que Leandro nunca teve medo de «meter o pé» nos lances divididos. O brasileiro terá somado pontos importantes na luta por um espaço entre as primeiras escolhas.
Notas algo desapontantes para Mariano Gonzalez e Bolatti
No primeiro tempo os dragões apresentaram-se num incomum «4x4x2 losango». Leandro Lima assumiu a posição no vértice mais ofensivo do meio-campo, com Lucho e Mariano nas posição laterais. Mario Bolatti foi o médio mais defensivo. E se na primeira parte deste artigo deixámos elogios rasgados a Leandro Lima, agora é hora de uma nota muito menos entusiasmante sobre Mariano e Bolatti.
O ex-jogador do Palermo tarda em mostrar os atributos que se exigem a um internacional argentino com muitos anos na Serie A italiana. Algo pesado, pouco confiante, limitou-se a jogar simples e a falhar um golo certo aos 51 minutos. Quanto a Bolatti não é, nesta altura, um atleta com a dimensão de Paulo Assunção. Muito tímido e limitado a uma parca área de acção, deu razão a Jesualdo Ferreira, que o deixou na bancada no último jogo. Ainda assim, pontualmente, deixou dados interessantes.
Farías, um regresso com boas indicações

Este jogo marcou o regresso de Ernesto Farias à competição. O argentino actuou apenas durante 25 minutos, mas o (pouco) que se viu foi positivo. Muito mexido, rápido, bom toque de bola. Mas não é ponta-de-lança. Pelo mostrado, poderá ser útil a jogar numa das alas ou então a fazer dupla de avançados com outro jogador.
Dos restantes portistas, realce para Rui Pedro, não só pelo golo mas também pela confiança mostrada. Quanto ao Maria da Fonte, parece-nos ter equipa para fazer uma época descansada na II divisão. Os minhotos têm alguns elementos de qualidade muito razoável (André, Fredy e Orlando) e ainda assustaram os dragões em duas ocasiões.
Ficha de jogo:
Jogo no Estádio dos Moinhos Novos, em Póvoa de Lanhoso (Braga)
Árbitro: Ricardo Coimbra (AF Braga)
Maria da Fonte: Nuno Dias; Sérgio, Michel, Nuno Mendes e Nandinho; Filipe, André, Fredy e Vitinha; Filipe, Orlando Sá e Diogo.
Jogaram ainda: Miguel, Hélder, Fina, Rui Abreu, António, Nuno, Chicabala, Pintinho, Mota e Arturinho
Treinador: Dinis Rodrigues
F.C. Porto: Nuno (Ventura, 45); Castro, Tengarrinha (Farías, 65), João Paulo e Lino; Bolatti, Lucho (Paulo Assunção, 45), Mariano Gonzalez e Leandro Lima; Rui Pedro (Edgar, 45) e Lisandro (Tarik Sektioui, 45).
Treinador: Carlos Azenha
Golos: Rui Pedro (27)