O Marítimo vingou a vitória da primeira volta e venceu o Estoril (2-1), resultado que permite aos insulares somarem, pela primeira vez, duas vitórias seguidas na Liga. Os canarinhos acordaram tarde e já não foram a tempo de reverter o resultado negativo trazido da primeira parte.

Depois de muito procurar, Pedro Martins parece ter encontrado, em definitivo, a fórmula de sucesso para o seu Marítimo: recuou David Simão uns metros no relvado, conferindo-lhe o papel de quarterback (uma espécie de lançador do futebol americano), entregou a mítica posição dez a Artur e tira proveito das potencialidades de Suk, avançado coreano que faz, efectivamente, a diferença.

E foi, precisamente, através do estratega da equipa que os insulares deram os primeiros sinais de perigo: Sempre em diagonais do centro para a direita, Artur descobriu, primeiro, Heldon (6¿) para um remate transviado e, depois, Suk (7¿), mas o expresso do oriente não tinha a mira calibrada.

Percebia-se, claramente, que era uma questão de minutos até o Marítimo chegar à vantagem, o que haveria de suceder numa jogada tirada a papel químico dos lances anteriores: cruzamento de Heldon, desta vez da esquerda, encontrou Sami com cabeça para colocar os madeirenses na frente do marcador (9¿).

Alugava-se, verdadeiramente, meio campo na fase inicial do jogo, tal era a inércia canarinha, e Suk voltou a ter oportunidade para visar a baliza, mas voltou a revelar pontaria desafinada. Estava visto que o coreano não ia repetir o golo que assinou em Alvalde, mas, ainda assim, foi de extrema importância para a equipa porque, logo a seguir, conquistou uma grande penalidade, transformada na perfeição por David Simão (23¿). Foi o quarto golo do médio nascido de Versailles (França), na Liga, o que lhe vale o estatuto de melhor marcador dos insulares.

Obviamente descontente com a prestação da equipa, Marco Silva sentiu que precisava de mexer na equipa, trocou Diogo Amado por Carlos Eduardo, e o Estoril melhorou.

Sublinhe-se, no entanto, que a subida de rendimento dos canarinhos teve, sobretudo, dois rostos: Carlitos e Licá. Os extremos portugueses dispuseram de três oportunidades para reduzir, a mais flagrante com Licá cara-a-cara com Salin, valendo, para o Marítimo, a intervenção corajosa de Rúben Ferreira que tirou o pão da boca ao avançado do Estoril.

Marítimo quase sukumbiu à expulsão

A história do jogo mudou, drasticamente, quando Suk (55m) viu o segundo cartão amarelo da mão do árbitro Hugo Pacheco. A partir de então, em inferioridade numérica, os madeirenses passaram por um mau bocado, até porque, pouco depois, viram Evandro (59m) reduzir , de cabeça, recolocando os homens da linha na discussão pelo resultado.

Nos minutos seguintes somaram-se as oportunidades para o Estoril, mas, mesmo metido na sua área, os maritimistas lá foram sobrevivendo ao bombardeamento dos visitantes. Ainda se gritou golo no banco do Estoril, numa jogada em que Luís Leal (68¿), isolado, errou o alvo quando podia ter recolocado a igualdade no marcador.

À entrada para o último quarto de hora do jogo, nova cambalhota no jogo: Yohan Tavares também seguiu guia de marcha de Hugo Pacheco, recolocando a igualdade numérica em campo. Ainda assim, a tendência do jogo manteve-se, com o Estoril à procura de, pelo menos, um ponto. O Marítimo sobreviveu e depois de brilhar, na primeira parte, mostrou que também sabe sofrer.