O mercado de transferências teve um recorde de negócios na última janela de inverno, em janeiro de 2024, segundo comunicou esta terça-feira a FIFA, dando ainda conta da segunda maior despesa de sempre naquela altura da época.

De acordo com o relatório publicado pelo organismo que gere o futebol mundial, os clubes realizaram um total de 4.716 transferências, num aumento de 0,6 por cento em relação às 4.686 acumuladas durante o período homólogo de 2023, enquanto os gastos foram de 1,35 mil milhões de euros (ME), 8,2 por cento abaixo do máximo de 1,48 mil ME cifrado a meio da última época.

A maioria das transações recaiu sobre futebolistas sem contrato (60,6 por cento), seguindo-se os empréstimos (14,8 por cento), as transferências definitivas (14,2 por cento) e os regressos após cedência (10,4 por cento), num mês em que 75 por cento das 211 associações da FIFA tiveram o mercado aberto.

Se 59,9 por cento dos negócios internacionais tiveram, pelo menos, um clube europeu em causa, os países da UEFA contribuíram para 77,9 por cento da despesa a nível mundial (106 mil ME) e embolsaram mais de 60 por cento desse valor (854 ME), fruto de 2.288 entradas e 2.243 saídas.

Os clubes franceses foram os que mais gastaram, com 272 ME, num acréscimo de 121,1 por cento face a janeiro de 2023, afastando a Inglaterra desse topo pela primeira vez desde 2017.

Apesar da queda acentuada de quase 80 por cento em relação ao recorde de janeiro de 2023, os clubes ingleses rubricaram a segunda despesa mais alta a nível mundial, com 171,7 ME.

Já o Brasil sobressaiu em receitas, ao juntar 234,6 ME, mais de 17 por cento da quantia global e acima do dobro do valor recebido em janeiro de 2023, num período que, ao contrário da generalidade dos campeonatos europeus, surge antes do arranque da nova temporada.

Portugal cotou-se como o 10.º país mais gastador e o segundo mais vendedor, ao registar 38,7 ME e 123,4 ME, respetivamente, verbas resultantes de 252 entradas e 118 saídas.

Quanto ao futebol feminino, a mais recente janela de inverno estabeleceu um recorde de despesa de 1,96 ME, mais de 2,5 vezes acima dos 723 mil euros verificados em 2023, e possibilitou a realização de 357 transações, batendo no limite o anterior máximo de 356.

A tendência ascendente de negócios nos dois géneros permitiu à FIFA contabilizar 5.073 transferências internacionais, contra as 5.042 verificadas no mesmo período de 2022/23.