Eden Hazard (do Chelsea) é o segundo jogador com um valor de transferência mais alto entre os que jogam nas cinco principais ligas da Europa: Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França. Lionel Messi (Barcelona) é o mais valioso em face de uma eventual contratação por outro clube. Cristiano Ronaldo (Real Madrid) fica com o terceiro lugar no que respeita ao valor base para uma transação.

O jogador português perdeu uma posição para o belga. O argentino continua a subir a cotação sem rival neste parâmetro. Os dados resultam do relatório mensal do CIES – Observatório do Futebol, referente a este mês de junho e sobre «valores e probabilidades de transferências». Os investigadores frisam que as suas previsões «baseiam-se em modelos econométricos compostos por muitas variáveis respeitantes aos jogadores e às suas equipas».

O «estudo tem em conta a inflação das transferências, como aconteceu nas últimas seis épocas no segmento mais elevado do mercado» e, como elementos desta base de investigação, encontram-se mais de 1.500 transferências pagas dos clubes das cinco ligas desde junho de 2009 até ao presente – cujos dados estão atualizados até ao último dia 8 (com as exceções devidamente assinaladas quanto a Paulo Dybala (Palermo->Juventus), Alberto Bueno (Rayo VAllecano->FC Porto) ou Lars Stindl (Hannover->B. Mönchengladbach), entre alguns outros).



Entre vários parâmetros, há os que respeitam diretamente ao jogador (idade, posição em campo, duração do contrato, estatuto internacional, experiência e desempenho) e os que respeitam ao clube a que pertence (nível competitivo, resultados e objetivos atingidos). O CIES analisa aqui vários grupos de jogadores e, além dos mais valiosos, são definidos também os futebolistas com maior probabilidade de serem transferidos, bem como os melhores quer em final de contrato quer com um único ano até ficarem desvinculados.

Retoma-se os mais valiosos de todos em que não só o seu custo, mas também a vontade de o seu clube transferi-lo pesam numa avaliação de probabilidade da transferência – entre «*» (baixa probabilidade) e «***» (alta probabilidade).



«Os futebolistas com os valores de transferência, de forma geral, jogam em equipas competitivas, são internacionais no presente, são atacantes, têm contratos prolongados e menos de 27 anos de idade», refere o estudo.

O líder Messi está precisamente nos 27 anos, mas Hazard ainda só tem 24. Cristiano Ronaldo é apenas um dos sete acima dos 30 anos nesta lista de 100: onde também estão Yaya Touré, Santi Cazorla, André Iniesta, Carlos Tevéz, Thiago Silva e Fernandinho. O outro português nesta lista é André Gomes, na 52ª posição, com uma probabilidade de transferência média («**») mediante um valor entre os 31,3 e os 34,5 milhões de euros.

Na análise da tabela anterior divulgada pelo CIES na última janela de transferências, no inverno, há mudanças significativas no que respeita ao que se passou nos últimos seis meses da temporada 2014/15. Além da subida de Hazard ao segundo lugar, Neymar Jr. Não só entrou no top 10 como é já o quarto. A queda maior entre os mais valiosos de todos é a de Gareth Bale, que caiu para 16º.



Na avaliação dos jogadores com mais probabilidades de transferência não são esquecidas as descidas de divisão – porque há jogadores querem sair, porque há clubes que precisam de baixar orçamentos e transferir futebolistas – bem como a duração do contrato. Esta análise é feita também mediante o preço de jogadores semelhantes já transferidos.

E, entre os 100 jogadores com maior probabilidade de mudar de emblema neste defeso destaca-se Raheem Sterling (Liverpool) – no 4º lugar das hipóteses, mas de longe o mais valioso destas, como já se viu na primeira imagem. O 3º mais provável desta lista já concretizou a probabilidade entretanto: Paulo Dybala.

Também há portugueses neste conjunto de probabilidades, concentrando-se todos na liga francesa: Raphaël Guerreiro (Lorient) é o 7º mais provável, Anthony Lopes (Lyon) é o 74º, João Moutinho (Monaco) é o 77º e Bernardo Silva (Monaco) é o 85º

Entre os jogadores que estão a um mês ou uma época de ficarem livres, os rankigs definidos pelo CIES tambék apresentam nomes interessantes. O estudo refere que os «jogadores em fim de contrato representam 15% dos utilizados na segunda metade da época» e que «a maior parte jogou esporadicamente». Mas, 72 dos que ficam livres no final do mês jogaram em mais de 60% dos minutos possíveis de utilização em toda a temporada.



Já depois do fecho desta investigação, Dani Alves renovou nesta terça-feira pelo Barcelona. O mercado de transferências é isto mesmo. Assim como Ricardo Carvalho também se referiu ao seu futuro no Monaco.



O relatório do CIES não se esquece de fisar que tem em conta o alívio da UEFA no que respeita aos parâmetros do fair-play financeiro e, também, que espera aumentos dos valores das transferências e um novo recorde no dinheiro gasto a nível global nas cinco principais ligas. Em 2014, o CIES já tinha calculado o valor recorde de 2,44 mil milhões de euros.

O relatório assinado por Raffaele Poli, Loïc Ravenel e Roger Besson pode ser consultado AQUI.