Lionel Messi decidiu ir jogar para os Estados Unidos porque entendeu que era altura de «começar a descomprimir um pouco» da pressão do futebol ao mais alto nível – e diz que se nota em campo que está feliz. Mas o Inter de Miami e a MLS ainda não devem ser a última paragem na carreira.

Confissões do craque argentino numa entrevista ao programa «Soñé que volava» («Sonhei eu voava») do canal digital OLGA. Uma conversa de pouco mais de meia-hora onde fala do passado recente, do presente e perspetiva o futuro. E admite um regresso à casa de partida.

«Pessoalmente, sempre tive a ideia de ser campeão do mundo e depois desfrutar do futebol argentino. O meu sonho era jogar no Newell’s», disse Messi.

Apesar de tudo, não quer pensar na hora de parar de jogar. «Não quero pensar nisso porque continuo a desfrutar do que faço. Sim, é um trabalho, mas é algo que me encanta fazer. Apesar de ter responsabilidades e objetivos, continuo a divertir-me».

Messi não sabe o que vai fazer quando terminar a carreira. Admite que gosta de estar com crianças, ensinar, e acha que gostaria de ser diretor desportivo, mas nem sabe por onde começar.

A nova estrela maior da liga norte-americana de futebol olhou para os últimos tempos em Paris e confirmou a ideia de que não guarda grandes saudades. Mas foi também aí que reforçou a amizade com o benfiquista Di Maria.

«O facto de partilharmos uma equipa no dia a dia faz com eu passemos muito tempo juntos», recorda. As famílias dos dois jogadores tinham hábitos em comum. As respetivas mulheres anotavam os nomes de quem falava mal deles.

Messi admite que sofreu em Paris. Ele e a família. «Agora é tudo muito bonito, somos campeões da América e do mundo. Mas houve uma altura em que passámos um mau bocado», recordou o capitão da seleção argentina.

Da capital francesa guarda ainda outra mágoa: o facto de não ter sido reconhecido pelo PSG depois da conquista do título mundial - «fui o único jogador que não teve reconhecimento nesse aspeto, ao contrário dos outros 25» - mas compreende as razões: afinal, estava no país a quem estragara o sonho de conquistar o título mundial. «A taça era nossa, eles não tinham conseguido ser campeões outra vez», atirou.

Na entrevista, Messi deixa uma garantia: apesar da forma conturbada como saiu do PSG e de França, a relação com Kylian Mbappé não foi beliscada.