O selecionador português assumiu que o reconhecimento que a equipa de futsal tem recebido é «muito gratificante» e revelou o bom ambiente que se vive no grupo, na véspera da final do Europeu, diante da Rússia.

«Temos de baixar a adrenalina, perceber que vem aí um desafio difícil, que marca algo que realmente queremos muito. Vamos ter de ser consistentes e ter enorme orgulho no que fazemos. Está tudo muito tranquilo, até há brincadeiras e barulho a mais nas refeições. É sinal do ambiente que se vive aqui. É uma satisfação brutal estar aqui com esta gente. Estava aqui todo o ano, sem problema nenhum», reconheceu Jorge Braz, em declarações citadas pela Lusa.

Na antevisão ao jogo decisivo, o treinador da turma lusa assumiu que o conjunto russo vai ser o adversário mais complicado que Portugal teve pela frente na prova.

«A Rússia é a única seleção, a par de Portugal, que ganhou os jogos todos. É a seleção com os melhores indicadores neste Europeu e tem uma variabilidade de jogadores que lhes traz uma riqueza enorme em termos de jogo. Não tenho dúvidas de que é o jogo mais difícil que vamos ter», admitiu.

«Temos de ter consciência da importância do jogo e de que nada do que está para trás conta ou nos dá alguma vantagem. Hoje é para recuperar e preparar simultaneamente, mas nada que nos atrapalhe e que não nos permita preparar devidamente o jogo, que vai ser duríssimo.»

A seleção portuguesa está próxima de revalidar o título de campeã europeia, numa altura em que também é campeã do mundo. Jorge Braz, ainda assim, recusar falar numa ‘geração de ouro’.

«Temos de continuar a trabalhar para que isto seja sustentado e contínuo. Trabalhar e proporcionar oportunidades para que cheguem à idade sénior com esta mentalidade e ambição. Não pode ser uma questão de gerações de ouro, prata ou bronze. Olhar para as bases e para o trabalho de formação que muitos clubes fazem, apoiar e continuar a sustentar isso tudo, se queremos que aconteça com frequência», explicou.

Na reviravolta épica perante Espanha, o pivot Zicky Té, de apenas 20 anos, foi o grande destaque ao apontar um bis, mas o selecionador português realça que o jogador do Sporting ainda tem «muitas coisas a melhorar».

«É fundamental ter o valor humano de entender o que é pertencer a uma equipa, o que é trabalhar, atingir objetivos e ir atrás deles. Tem muita importância nas seleções jovens. O Zicky, se calhar, atingiu isso mais cedo porque tem uma personalidade e uma forma de ser muito focada, sabe muito bem o que quer e tem um espírito de equipa fabuloso. Hoje é o Zicky, ontem foi o Afonso, o que também têm feito o Tomás Paçó ou o Pauleta. Tem sido fantástico a função de cada um. Todos contam», vincou.

Portugal disputa a final do Euro2022 de futsal este domingo, a partir das 16h30, na Ziggo Dome, em Amesterdão. Três horas antes, Espanha e Ucrânia decidirem o terceiro e quarto lugares.