Despedida em casa. Emocionada. Sentida.

O tenista Juan Martín del Potro fez, na madrugada desta quarta-feira (noite de terça-feira na Argentina), em Buenos Aires, aquele que terá sido o seu último jogo como tenista profissional, depois de ter anunciado, no fim-de-semana, a sua retirada do circuito. 

O «Torre de Tandil» - alcunha referente à sua altura e à sua cidade natal - regressou à competição na última noite no ATP 250 de Buenos Aires, dois anos e meio depois do último jogo e na sequência de nova operação ao joelho direito. Perdeu ante o compatriota Federico Delbonis pelos parciais de 6-1 e 6-3 em uma hora e 15 minutos de encontro e ficou lavado em lágrimas no seu último jogo de serviço.

A perder por 5-3 no segundo set, o gigante de 33 anos levou as mãos e a toalha à cara e não conteve as fortes emoções, perante uma plateia que começou a gritar consecutivamente por si e a aplaudir. «Olé, olé, olé, olé, Delpo, Delpo», pôde ouvir-se.

Consumado o ‘break’ de Delbonis para o fim do encontro, Del Potro e o compatriota deram um grande abraço junto à rede. Instantes mais tarde, Del Potro pegou na sua fita do cabelo e pendurou-a junto à rede, num momento que motivou mais uma salva de palmas por parte do público presente.

Del Potro, que chegou a ser número três mundial em 2018, tem no currículo um total de 22 títulos, um deles um Grand Slam. Foi o Open dos Estados Unidos, em 2009, na final em que bateu o suíço Roger Federer. Foi ainda prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e bronze nos Jogos de Londres, em 2012. Teve uma carreira, contudo, afetada por várias lesões e operações, nomeadamente ao joelho direito e aos pulsos.

«Hoje desejo poder dormir sem dores na perna depois de dois anos e é o que vou tentar a partir de amanhã. Este desporto é muito difícil com as dores que tenho e hoje sinto que tenho uma vida pela frente e quero viver em paz», disse, ainda em court, em lágrimas, antes de uma conferência de imprensa na qual deixou em aberto a possibilidade de ainda participar no ATP 500 do Rio de Janeiro, na próxima semana. Vai decidir até quinta-feira.

«Não tenho claro sobre o Rio de Janeiro. Tinha a ilusão de jogar estes dois torneios e creio que no Rio posso chegar a viver algo semelhante a hoje pelo carinho que as pessoas têm para comigo e o quão especial é o Rio para mim. Calculo que amanhã ou depois de amanhã vamos conversar e tomar uma decisão, mas deixou claro que, com ou sem o Rio, vou retirar-me e tentar viver a minha vida sem dores», afirmou.