Chama-se Mohamed Tchité, joga no Racing Santander e é notícia por querer vestir a camisola da selecção belga. Quer dizer, bem vistas as coisas se fosse só isso nem chegaria a ser notícia. O avançado é notícia, sim, mas por coleccionar bilhetes de identidade: já vai em quatro naturalizações. A última, lá está!, é a belga.
Para o conseguir o avançado vai esta semana a Bruxelas tentar resolver o imbróglio. Antes disso, porém, necessita da luz da verde da FIFA. Mohamed Tchité naturalizou-se belga a 6 de Março de 2008 e desde então manifestou interesse em jogar pela equipa nacional, enquanto a federação belga também mostrou em interesse em contar com ele.
O problema está no número de naturalizações que Tchité já soma. O avançado é cidadão do Burundi, país onde nasceu, mas é também cidadão do Ruanda (o país da mãe) e do Congo (o país do pai). Em 2002 chegou a jogar pelo Burundi, na categoria de sub-20, fazendo apenas uma partida, mas depois optou pela selecção do Ruanda.
Ora é esta mesma selecção do Ruanda que não permite que o avançado se mude para a selecção belga. Tchité nunca chegou a jogar pelo Ruanda, mas a Federação diz ter em sua posse um documento assinado pelo jogador a dizer que opta por representar o país. O que complica as coisas: nenhum jogador pode mudar de nacionalidade duas vezes.
Mohamed Tchité jura a pés juntos que o documento é falso e está disposto a ir até ao fim na defesa da liberdade de poder escolher jogar pela Bélgica. Mas a FIFA não parece muito convencida. Da primeira vez que se levantou o problema, pelo menos, garantiu que o avançado era jogador ruandês. Agora vai voltar a analisar o caso.