O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias admitiu alterações no apoio médico-desportivo em Portugal, depois da morte de Hugo Cunha, mais um jogador que faleceu depois de se sentir mal em campo.
«Preocupa-nos o estado do apoio médico-desportivo a todos os desportistas, sejam eles de alta competição, ou de competição menos exigente», afirmou Laurentino Dias esta segunda-feira, revelando que têm sido realizadas várias reuniões, nomeadamente com o Conselho da Ordem dos Médicos, na área da medicina desportiva para estudar as medidas que podem ser tomadas.
«Estivemos há dias numa conferência sobre estas matérias e fizemos já várias reuniões no sentido de introduzir algumas alterações para darmos maior capacidade de intervenção do apoio médico e ao nível dos exames médicos, de forma a avaliar aquilo que é previsível ou possível de avaliar», acrescentou, falando à margem da visita oficial de uma delegação polaca no âmbito da preparação da candidatura ao Europeu de Futebol de 2012
Laurentino Dias admite mudanças, mas deixou uma ressalva: «Como dizem os especialistas, há situações (morte súbita) que acontecem independentemente do facto de haver ou não uma cuidada intervenção e exame prévio.»
Hugo Cunha, de 28 anos, caiu inanimado em campo quando disputava um jogo de futebol com uns amigos, no passado sábado, suspeitando-se ter sido vítima de paragem cardíaca.
No domingo, a FIFA anunciou que vai exigir certificados médicos a todos os jogadores participantes no Mundial Alemanha 2006, com indicações que excluam, entre outros, riscos cardíacos. No referido certificado médico, a FIFA pretende o registo dos exames cardíacos feitos pelos jogadores e as conclusões dos especialistas em cardiologia na eventualidade de problemas diagnosticados, bem como de anomalias cardíacas congénitas.