Cumpridos os primeiros dias de trabalho no regresso ao Chelsea, José Mourinho entende que tem um grupo de diamantes ainda por lapidar, embora não abdique de lutar por troféus.

«Temos um plantel muito jovem. A média de idades é de 26.3, e isso inclui o Schwarzer, que tem 40, e o Terry, Cech e Lampard, que estão na casa dos trinta. Sem contar com esses teríamos quase uma equipa sub-21», começou por explicar.

«Temos uma equipa para desenvolver, para trabalhar. Claro que sabemos que já há expectativas, e nós queremos criar expectativas, não precisamos que outros criem por nós. Mas a verdade é que o melhor período desta equipa ainda está para vir. Os jogadores são jovens e o melhor momento das suas carreiras será daqui a cinco, seis ou sete anos», acrescentou Mourinho, em declarações ao site do clube.

As contratações do Chelsea têm sido coerentes com este discurso, tendo em conta as idades de Schürrle (22 anos) e Van Ginkel (20). «O Schürrle é ainda tão novo mas já tem grande história, por jogar na seleção, assim como na Liga dos Campeões. Tem três épocas completas no Leverkusen. É um jogador preparado e que pode desempenhar mais do que uma posição no ataque. Vai ser importante», disse o técnico do alemão.

«O Van Ginkel é uma das maiores promessas. Não é como o Schürrle, que é quase um produto acabado, mas tem grande potencial. Claro que precisa de jogar, e vai jogar, pois tem potencial e fisicamente está preparado. É um atleta natural. Do ponto de vista técnico e tático claro que é um miúdo, tem de aprender, mas ele tem a mente aberta e foi analisado durante muito tempo. O «scouting» do Chelsea acompanhava-o há muito tempo e eu segui-o nos últimos cinco ou seis meses. Em conjunto decidimos contratá-lo», disse sobre o holandês.

Romelu Lukaku, Kevin De Bruyne e Tomas Kalas também regressam ao plantel, depois de terem estado emprestados. Diferente é a situação de Mark Schwarzer, guarda-redes de 40 anos. «É aquilo de que precisamos. Nunca digo que alguém é a primeira escolha e outro é a segunda ou a terceira, mas claro que, como ponto de partida, o Petr Cech é o Petr Cech. É o melhor do mundo, com diferença para os restantes, e o Mark sabe que vem para ser um elemento importante, para competir com o Petr e para dar-nos aquilo que temos em qualquer posição: competitividade e opções que se protegem umas às outras. O Mark é um guarda-redes que tem um número incrível de jogos disputados nos últimos dez anos de Premier League, e está mais do que preparado», justificou Mourinho.

O prazer do trabalho

Em relação aos primeiros três dias de trabalho, e na véspera do início da digressão asiática, o técnico português fez um balanço claramente positivo, pese embora a ausência de jogadores como David Luiz, Óscar, Fernando Torres, Mata ou Azpilicueta, que ainda estão de férias por terem disputado a Taça das Confederações.

«Especialmente para um treinador novo, que tem um grupo novo, é uma pena quando não começas o trabalho com todos os jogadores, mas eu estou muito feliz por estar de volta. Sinto a mesma felicidade em cada jogador. Não se trata apenas do compromisso e da grande atitude, pois são profissionais, mas eles têm mostrado também enorme prazer. Estão a treinar com paixão e entusiasmo, e isso é a melhor coisa para um treinador. Passei muito tempo das férias a preparar estes treinos, mas depois são os jogadores que os tornam bons, ou nem tanto assim. Mas eles estão a trabalhar muito, muito bem, e eu estou muito, muito satisfeito», disse Mourinho.