Artigo original: 13h37

José Mourinho esteve esta sexta-feira em Lisboa, onde deu uma conferência de imprensa: o treinador falou um pouco sobre tudo, mas falou acima de tudo sobre ele próprio.

«Quero trabalhar e sei que vou trabalhar. Em janeiro, fevereiro, pus a hipótese de voltar a trabalhar esta época, mas à medida que a época foi avançando tinha menos vontade de o fazer. Garantido, garantido, é que quero voltar a trabalhar no início da próxima época. Posso garantir, quase com toda a certeza, que o vou fazer», começou por dizer.

«Tenho possibilidades, e boas possibilidades, em cima da mesa, por isso é uma questão de pensar, de decidir bem e de finalizar as coisas. No período de mercado, após o final desta época, todos saberemos qual vai ser o meu futuro profissional.»

Ora a partir daqui os jornalistas tentaram descobrir qual é o nome do clube. Insistiu-se muito, por exemplo, com o nome do Manchester United, claro.

Os Red Devils, recorde-se, têm sido apontados com insistência como o futuro de Mourinho, havendo até notícias que dão conta de um pré-acordo finalizado. O que, a confirmar-se, possibilitaria o reencontro de Mourinho com Guardiola, que vai estar ali ao lado do United, no rival Mancheter City.

Por isso perguntou-se se Mourinho já tinha pensado na garrafa de vinho de que ia oferecer ao espanhol quando o defrontasse.

«Não sei para onde vou. Ele sabe para onde vai, eu não sei para onde vou. Não vale a pena estarmos a traçar cenários. Na pré-época já nos encontraremos em qualquer campo. Uma coisa é certa, não vai ser no Estoril nem no Paços Ferreira, mas apenas porque eles estão a fazer ótimos campeonatos e não vão mudar de treinador», sorriu.

«Vou levar as minhas ideias para onde as quiseram muito, quem as quiser mais leva-me. Gosto de estar onde me querem verdadeiramente. Depois de alguns meses a recarregar baterias, vou estar pronto para voltar com tudo o que tenho para dar. Por isso tem de ser onde me quiseram muito, para eu me sentir confortável.»

Pelo meio recordou-se José Mourinho do almoço em Milão, com a família Moratti, e em particular da resposta da irmã de Massimo Moratti aos jornalistas, quando referiu que José Mourinho estava feliz porque ia para o Manchester United.

O treinador português desvalorizou as declarações como pôde, repetindo que não tem o futuro definido. Ou seja, todas as tentativas embatiam de frente na negação.

«Não posso dizer nada», garantiu.

«Se nos vamos centrar no que as pessoas dizem, há mil e um cenários, uns reais, outros menos reais. Para qualquer lado vou de certeza e para a seleção da Síria não será de certeza, porque não é ainda uma seleção que me possa dar um trabalho de acordo com o meu perfil, apesar de me poder dar um trabalho honrado e muito respeitado.»

«Por isso quero trabalhar num clube com responsabilidades, quero trabalhar num clube com uma liga difícil, não quero trabalhar em ligas fáceis, não quero objetivos fáceis. Dentro dessas possibilidades, não há muitas opções que me satisfaçam. Com calma, vamos decidir bem.»