*Enviado-especial ao Brasil

Fabio Cannavaro foi o «intruso» do dia, numa conferência em que a meia-final entre Alemanha e Brasil e a lesão de Neymar dominaram as atenções. O único defesa a conquistar o prémio para melhor jogador Mundial, em 2006, deixou também uma nota dissonante na apreciação ao Mundial, dando o ponto de vista de um defesa: «Tem havido mais golos, e todos ficam contentes com isso. Mas, na minha perspectiva, este tem sido um Mundial com muitos erros defensivos. Ninguém se importa muito, é isso que as pessoas gostam de ver, mas tenho de dizê-lo», provocou.

O antigo patrão da defesa italiana deixou também outra ideia em relação aos jogos decisivos: «A partir de agora, o Mundial vai ser ganho pela equipa com o coletivo mais compacto. Na primeira fase brilharam as individualidades, correram-se mais riscos e cometeram-se mais erros. Na segunda, tudo é mais complicado. Há menos golos, como temos visto, aumenta a pressão e só as grandes equipas conseguem gerir os seus jogos limitando os erros cometidos», afirmou.

Cannavaro falou também da sua primeira experiência num Mundial como comentador televisivo, estatuto que partilha com Matthäus, Ronaldo e um sem número de antigas estrelas de campeonatos do Mundo: «Confesso que foi muito estranho para mim, depois de participar em quatro Mundiais como jogador, mas ver de fora é muito mais divertido. Até ao Brasil, para mim, os Mundiais eram quartos de hotel, estágios e treinos. Poder respirar o ar de um Mundial é fantástico, e por isso decidi trazer a minha família para cá. É o evento despotivo mais importante do mundo e isso sente-se no ar», sublinhou.