Duas jornalistas da estação televisiva norte-americana CNN ficaram feridas hoje em São Paulo, quando a polícia brasileira dispersou a primeira manifestação contra o Campeonato Mundial de Futebol que começa esta tarde na cidade.

Cerca de duzentos manifestantes juntaram-se na zona leste da cidade, tentaram cortar uma estrada e acabaram por entrar em confrontos com a Tropa de Choque da Polícia Militar. A polícia lançou vários disparos para o ar, os estilhaços de uma bomba atingiram uma jornalista da CNN, que teve de ser socorrida de urgência pelos bombeiros.

A manifestação, com o nome «Sem direitos não vai ter Copa», foi convocada através das redes sociais e terminou também na detenção de um manifestante, que não desobstruiu a via como lhe foi ordenado pela polícia.

Segundo colegas que estavam com elas, Barbara Arvanitidis, produtora da CNN em São Paulo, de nacionalidade canadiana, foi ferida quando cobria o protesto por fragmentos de uma granada de fumo, na altura em que a polícia militarizada começou a dispersar os manifestantes com gás lacrimogéneo e outros meios antimotins.

A correspondente da CNN naquela cidade brasileira, Shasta Darlington, também sofreu ferimentos ligeiros e algumas escoriações em consequência de uma queda durante a confusão criada quando os manifestantes se viram obrigados a dispersar.

Embora não haja ainda um relatório médico oficial, depois de ser atendida por voluntários presentes no local do protesto, Arvanitidis apresentava uma laceração no braço, segundo imagens divulgadas por televisões locais.