Carlos Queiroz diz que não se pode comparar o Irão com a Espanha na antevisão do embate entre os dois adversários de Portugal, previsto para esta quarta-feira, para Kazan, afirmando que a equipa que orienta «não tem super-homens», ao contrário da seleção treinada por Fernando Hierro. No entanto, o treinador português realça outras qualidades da seleção persa que podem vir a ser importantes no jogo do Grupo B

«Temos sim uma rara capacidade de sacrifício e trabalho», começou por assegurar Carlos Queiroz que diz que para o Irão estar na Rússia já «é um privilégio, uma verdadeira honra». «Defrontar a Espanha, um dos mais sérios candidatos, a ganhar, é uma oportunidade única. A minha equipa está muito entusiasmada e feliz por estar frente a frente com esta seleção», acrescentou logo a seguir.

Apesar das diferenças, Queiroz garante que o Irão não vai entregar o jogo. «Temos a responsabilidade de lutar. Pela honestidade, dignidade e integridade do futebol e dos adeptos iranianos. A obrigação do Irão é tentar pregar uma partida à Espanha, uma equipa com um estilo muito difícil de enfrentar. Temos de jogar com atitude positiva e ter esperanças de ganhar», acrescentou.

Na conferência de imprensa na Arena Kazan, Queiroz apelou à «capacidade de sacrifício e concentração» dos iranianos e assegurou que a sua equipa «cresce» face às adversidades. «Não temos super-homens, como tem a Espanha, mas sim uma rara capacidade de sacrifício, trabalho e concentração. Quanto mais dificuldades temos, entramos com mais vontade em campo. Encararemos o duelo com atitude de querer ganhar. E há uma coisa que temos clara: o rendimento da partida anterior não conta, nem a fama de Espanha», disse ainda o técnico português.

Fernando Hierro: «É um gosto falar com Carlos Queiroz»

Por outro lado, Queiroz elogiou Fernando Hierro, nomeado dois dias antes do primeiro jogo, considerando que ele é ideal para unir uma Espanha fraturada: «Tenho muita admiração por ele, sei que é uma situação difícil, mas conheço-o bem e sei as qualidades que tem».

Queiroz espera ainda que a sua seleção «melhore» com a experiência de jogar com a Espanha, o segundo adversário no caminho do Irão, depois de já ter derrotado Marrocos (1-0), antes de Portugal. «Oxalá existisse uma fórmula mágica para parar Espanha... mas não existe. Não nos podemos centrar no que eles vão fazer, cada jogo é diferente, é quase uma lotaria, pode-se ganhar à melhor equipa do mundo num bom dia. Respeitamos e admiramos a Espanha, mas não temos nada a perder, a responsabilidade é deles», prosseguiu.

Queiroz admite que a Espanha poderá controlar o jogo, do ponto de vista técnico, «mas não vai controlar as nossas ideias a nossa atitude, a vontade de lutar... e os deuses do futebol que decidam».