O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, sublinhou que não vão ser aceites discriminações ou restrições à liberdade de imprensa durante o Mundial 2022, no Qatar, posicionando-se sobre a questão dos direitos humanos no país organizador da prova, à qual «o mundo estará muito atento».

«Não será aceitável que haja discriminação de nenhum tipo, nem restrições à liberdade de imprensa durante o Mundial. Quando fez a candidatura, o Qatar sabia do espírito e do ambiente que se vive numa competição desta magnitude, é necessário que se honre esse compromisso. O mundo estará muito atento ao que vai acontecer no Qatar», referiu, em entrevista ao jornal espanhol Marca, publicada esta quarta-feira.

«O Mundial no Qatar decidiu-se há 12 anos, com um modelo de votação diferente do que vigora na atualidade. A ideia era levar o Mundial a uma região geográfica que nunca tinha recebido a principal competição de futebol, como aconteceu com a África do Sul em 2010. Uma ideia meritória em si mesma e que constituía uma oportunidade para o Qatar. Infelizmente, já sabemos que as coisas não decorreram bem até agora», reconheceu o dirigente da FPF, que lembrou a garantia dada pela FIFA em outubro, sobre os direitos humanos naquele país.

«A FIFA deu garantias, durante uma reunião em outubro, com a UEFA, sobre a segurança e a inclusão para todos. Em relação aos trabalhadores migrantes e às suas famílias, a nossa posição é clara: temos de fazer algo para apoiá-los», afirmou.

«O Mundial é um momento único por aquilo que representa, não só no que toca ao futebol, como também pelo encontro de pessoas de todos os continentes, de diferentes culturas e crenças e isso é uma riqueza sem igual. Mas para que isso aconteça, devem ser criadas condições. A FIFA e as autoridades disseram que vai ser assim», apontou, ainda.